Uma boa pergunta a ser feita ao general Pazuello pela CPI da Covid
Por encomenda do Ministério da Saúde, médico bolsonarista fez um manual que recomendava o uso de drogas ineficazes contra o vírus
atualizado
Compartilhar notícia
Em meados do ano passado, já estava claro para cientistas e autoridades médicas do mundo inteiro que drogas como a hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina, ivermectina e outras eram ineficazes contra a Covid-19.
Mas, apesar disso, em novembro, o Ministério da Saúde encomendou à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) um manual para o suposto tratamento precoce da doença, segundo informa o repórter Leandro Prazeres.
Não se limitou a isso. O ministério também indicou o nome do médico que poderia ser o autor do manual – o bolsonarista declarado Ricardo Zimmermann, um defensor da aplicação dessas drogas em vítimas do vírus.
A Opas aceitou a encomenda e a indicação, embora no final de outubro houvesse divulgado um estudo internacional que concluiu que as tais drogas não reduzem as taxas de mortalidade por Covid nem o tempo de internação dos pacientes.
Zimmermann ganhou 30 mil reais para escrever o manual de 87 páginas recomendando o que se esperava. Entregue em janeiro ao Ministério da Saúde, o manual jamais foi distribuído. Por que não foi? Boa pergunta a ser feita ao general Eduardo Pazuello.