Um discurso mais à esquerda não elegerá Boulos prefeito de SP
Nem tanto ao céu, nem tanto à terra
atualizado
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Queixa-se o PT mais à esquerda (sim, existe o de direita e de centro) da moderação excessiva do candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), apoiado por Lula.
Fiel ao seu modo “metamorfose ambulante” de fazer política, Lula, desta vez, dá razão ao PT mais à esquerda. Ele acha que Boulos está carecendo de “um discurso e uma presença” mais fortes.
Dirá a ele da próxima vez que o encontrar. Nas contas de Lula, a vitória de Boulos em São Paulo compensaria amplamente todos os resultados negativos que o PT colherá país afora.
Não sei o que significa “presença” mais forte. Será do tipo cheguei, barulhenta, “oi, gente, estou aqui”, chamando atenção? Quanto ao “discurso” forte, só pode significar um discurso de esquerda.
Será mesmo o caso? Quando presidente, em março de 2013, candidata à reeleição, Dilma Rousseff ensinou:
“Nós podemos disputar eleição, podemos brigar na eleição, podemos fazer o diabo quando é a hora da eleição. Agora, no exercício do mandato, nós temos que nos respeitar”.
Boulos e seus assessores de campanha sabem, ou imaginam saber, que dependem de parte do voto de centro para ganhar a prefeitura. E é com o olho só nisso que se comportam até aqui.
Sabem também que o voto de centro irá quase todo para Ricardo Nunes (MDB) se ele disputar o segundo turno. Boulos só terá chances de vencer se no segundo turno enfrentar Pablo Marçal.
Então, salvo melhor juízo, para Boulos só resta o caminho de não assustar ninguém. Ides a ele, pois, eleitores de todas as tendências, cores e idades que ambicionam um lugar no céu.