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Trabalho escravo ameaça azedar a produção gaúcha de vinho

Mais de 200 homens foram libertados, a maioria recrutada na Bahia, alguns indígenas e argentinos

atualizado

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PF foto colorida de mãos de homem sujas em situação de trabalho análogo ao escravo - metrópoles
1 de 1 PF foto colorida de mãos de homem sujas em situação de trabalho análogo ao escravo - metrópoles - Foto: Reprodução/MPT

Com mais de 600 vinícolas ativas em 2017 e mais de 100 municípios envolvidos no cultivo de uva para processamento, o Rio Grande do Sul é o maior produtor de vinhos do país.

Bento Gonçalves (onde fica o Vale dos Vinhedos), Garibaldi, Caxias do Sul e Flores da Cunha são os principais municípios produtores. Foi justamente nessa região que se abateu uma desgraça.

Agentes da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal (PF) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) descobriram na quarta-feira de cinza que ali há trabalho escravo.

No primeiro dia da operação policial, foram encontrados nessas condições 180 homens, a maioria recrutada na Bahia, mas também indígenas e argentinos. No segundo dia, mais 24.

Segundo o MTE, os trabalhadores eram empregados na colheita da uva nos parreirais, no carregamento de caminhões nas vinícolas e no transporte de frangos de aviários até frigoríficos.

O caso foi denunciado por um grupo que conseguiu fugir e procurou a Polícia Rodoviária Federal em Porto Alegre. O dono da empresa que os aliciou foi preso, pagou fiança e está solto.

Os trabalhadores interrogados disseram que pegavam no pesado diariamente das 5h às 20h, com folgas aos sábados. A comida que lhes serviam quase sempre era estragada, e os alojamentos fediam.

Só podiam comprar produtos em um mercadinho com preços superfaturados, e o valor gasto era descontado no salário. Só podiam ir embora os que saldassem as dívidas.

Isso acontecia em Nova Roma do Sul, Caxias do Sul, Flores da Cunha e Bento Gonçalves. Os donos de vinícolas alegam que o serviço de recrutamento dos homens era terceirizado.

Segundo o gerente regional do MTE, Vanius Corte, o foco das ações fiscais, num primeiro momento, é a formalização dos contratos de trabalho e verificação das condições dos alojamentos.

Mas reconheceu: “Em relação a outras culturas, a uva está muito atrasada nas questões das formalizações dos vínculos empregatícios”.

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