metropoles.com

Tem democrata na tropa que olha para frente, não só para trás

Apaziguamento não basta

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Ricardo Stuckert/Secom
foto-reuniao-lula-forcas-armadas
1 de 1 foto-reuniao-lula-forcas-armadas - Foto: Ricardo Stuckert/Secom

À saída de uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, o ministro José Múcio Monteiro, da Defesa, classificou os episódios de politização dos militares como “página virada”. E disse: “Temos que pensar para a frente e governar”.

Os militares não olham para frente quando chamam de revolução democrática o golpe de 64 aplicado a pretexto de salvar o Brasil do comunismo. Não olham para frente quando negam que a tortura e o assassinato dos adversários do regime autoritário foi uma política de Estado aprovada pelos generais-presidentes.

Não olham para frente quando escondem documentos que permitiriam elucidar o caso de desaparecidos durante a ditadura. E muito menos olham para frente quando justificam a hospedagem de golpistas à porta dos quartéis como respeito ao direito que eles tinham de expressar livremente seu pensamento.

Em todas essas ocasiões, e em outras tantas, eles só olham para trás e não reconhecem os graves erros cometidos. Sobre o mais recente deles, o apoio velado à intentona de 8 de janeiro de 2023, por ora silenciam. Admitem punir aqueles da ativa ou da reserva que se envolveram com a tentativa fracassada de golpe, mas é só.

Se não querem ou se não são capazes de refletir sobre seu comportamento até aqui, quem garante que doravante procederão de outra forma? A democracia, restaurada há 38 anos, passou por seu mais duro teste e sobreviveu com louvor, mas não foi com a ajuda dos fardados, foi apesar da omissão deles.

Civis militarizados advertem que as Forças Armadas devem ser preservadas como instituição, separando-as dos maus elementos que as mancharam. E recomendam ao novo governo que adotem uma política de pacificação. Por acaso, tem alguma voz respeitável que pregue o desmonte das Forças Armadas?

As que falam defendem que as Forças Armadas se limitem a exercer seu papel estabelecido na Constituição. Elas existem para proteger o país de ataques externos. Não são o Poder Moderador, mas um órgão de Estado. A República só dispõe de três Poderes, e elas não são um deles. Inaceitável que queiram titular o Poder Civil.

Ainda bem que há generais como Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, o comandante militar do Sudeste, um dos três mais antigos oficiais generais do Alto Comando do Exército. Em discurso à sua tropa na última quarta-feira, entre outras coisas ele ensinou:

“Vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas. E é o regime do povo, de alternância de poder. E, quando a gente vota, tem de respeitar o resultado da urna.

Sem anistia para os malfeitores, mas isso só não basta.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?