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Teich, na CPI da Covid, lembra Glória Pires no Oscar de 2016

“Não tenho como opinar”, disse a atriz sobre os filmes premiados com o Oscar de 2016, e repete o ex-ministro Nelson Teich na CPI da Covid

atualizado

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Meme Glória Pires no Oscar
1 de 1 Meme Glória Pires no Oscar - Foto: Reprodução

Glória Pires, pelo menos, avisou antes à Rede Globo, quando escalada para comentar a entrega do Oscar de 2016. “Há muitos anos” que ela não acompanhava a cerimônia de premiação e não assistira a todos os filmes que concorriam naquele ano.

Virou meme na internet com seus comentários lacônicos, banais ou sinceros em excesso, durante a transmissão da cerimônia. “Não sou capaz de opinar” (sobre as chances de Lady Gaga na categoria de melhor canção original).

“Não assisti” (quando perguntada sobre o filme “Divertida Mente”). Ou: “Gostei”, “Bacana”, “Achei interessante” e “Fiquei feliz!”. O ator José Wilker foi o comentarista do Oscar até 2014. O ator Lázaro Ramos o substituiu em 2015. Glória sucedeu-o.

Ministro da Saúde que sequer ficou 30 dias no cargo, o médico Nelson Teich comporta-se como Glória Pires em depoimento na CPI da Covid-19. Não pode opinar, responde com frequência. Não, não sabe ou não lembra. Não, não estava lá e, se estava, não viu.

Faltou sorte a Glória, se comparada com Wilker. Como falta a Teich, se comparado ao ex-ministro Luiz Henrique Mandetta – que, por mais de sete horas, foi interrogado, ontem, na CPI. Mandetta foi o protagonista da sessão. Teich é um mero coadjuvante.

Quem mais fala são os senadores, Teich prefere escutá-los com ares de um marciano recém-chegado à Terra. Sobre sua saída do governo, atribuiu-a à falta de autonomia e às divergências quanto à eficácia da cloroquina para matar o vírus:

“Enquanto minha convicção pessoal, baseada em estudos, era de que naquele momento não existia eficácia para liberar, havia um entendimento diferente do presidente, que era amparado por outros profissionais, até pelo Conselho Federal de Medicina.”

Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, perguntou a Teich se ele fora consultado sobre a produção de cloroquina pelo Exército, ordem dada por Bolsonaro. Resposta à moda Glória Pires do Oscar 2016:

“Eu não participei disso. Se aconteceu alguma coisa, foi fora do meu conhecimento.”

O uso da cloroquina macula a imagem do Ministério da Saúde? – quis saber Renan. Teich retrucou:

“É uma conduta que para mim era inadequada.”

Sobre a decisão do governo de ampliar o rol de atividades essenciais sem consultá-lo, Reich admitiu, cuidadoso:

“Aquilo foi uma situação ruim. Até conversei com eles depois, em relação a isso. Eles até pediram desculpa. Aquela condução foi ruim, trouxe uma percepção ruim para todo mundo.”

Teich Pires não deixará saudades.

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