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(Te cuida, Bolsonaro) – Eleição na Colômbia é mudança x mudança

Partidos tradicionais ficaram de fora do segundo turno pela primeira vez na história do país

atualizado

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Candidato à Presidência da Colômbia Gustavo Petro
1 de 1 Candidato à Presidência da Colômbia Gustavo Petro - Foto: Getty Images

Dois candidatos de oposição ao atual governo da Colômbia e contra tudo que está aí, Gustavo Petro, um esquerdista, e Rodolfo Hernández, um populista da extrema direita, venceram o primeiro turno das eleições presidenciais e se enfrentarão no segundo, a ser realizado no próximo dia 19.

Nunca antes na história da Colômbia os partidos tradicionais ficaram de fora do segundo turno. Nunca antes a esquerda governou o país. Bolsonaro detestou o resultado. Lula celebrou. Na última sexta-feira, Lula enviou mensagem aos colombianos pedindo que votassem em Petro em defesa da democracia.

Com mais de 99% dos votos apurados na noite de domingo, Petro recebeu 40% dos votos, e Hernández pouco mais de 28%. Hernández venceu por mais de quatro pontos percentuais o candidato conservador do establishment, Federico Gutiérrez, que vinha em segundo lugar nas pesquisas.

Durante meses, as pesquisas mostraram Petro, que propõe reformular o modelo econômico capitalista do país, à frente de Gutiérrez. Só nos últimos 30 dias de campanha foi que Hernández cresceu com base em uma plataforma populista e anticorrupção. As elites conservadoras estão em estado de choque.

Um sentimento anti-incumbente em alta na América Latina ganhou força com a epidemia da Covid-19, que aprofundou a pobreza e a desigualdade. Nas últimas duas décadas, prevaleceu na Colômbia o uribismo, um conservadorismo linha dura assim chamado em homenagem ao ex-presidente Álvaro Uribe.

Petro apresentou-se como alguém que, se eleito, governará preferencialmente para os pobres, prometendo expandir os programas sociais e interromper a exploração de petróleo. Hernández autodenominou-se o inimigo número 1 da corrupção, prometendo recompensar quem denuncie roubalheiras.

Um dos pontos do programa de governo de Hernández provocou controvérsia. Ele disse que uma vez eleito vai declarar estado de emergência por 90 dias e suspender todas as funções judiciais e administrativas para concentrar seus esforços no combate à corrupção. Por essas e outras, é chamado de Trump Tropical.

O momento na Colômbia é muito parecido com o brasileiro de há 4 anos e de agora. Há uma crescente falta de confiança na maioria das instituições do país – partidos políticos, Congresso, Justiça, imprensa, classe empresarial. Os conservadores são apontados como responsáveis por isso, mas não só por isso.

Os colombianos também estão fartos do aumento dos preços, desemprego em alta, baixos salários, educação pela hora da morte e crescimento da violência urbana. A pauta de costumes ganhou relevância durante a campanha. A vice de Petro é uma ativista ambiental preta que se transformou em um fenômeno nacional.

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