Tabata e João Campos: unidos pelo amor, separados por Boulos
Aquele que tudo vê haverá de compreender
atualizado
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Não se separa o que Deus une. Formalmente, pelo menos, Deus ainda não uniu Tabata Amaral a João Campos – ela, deputada federal por São Paulo, que acabou de perder a eleição para prefeito; ele, prefeito do Recife, que se reelegeu domingo.
Unidos pelo partido – ambos do PSB – e pelo amor de namorados há tantos anos, falta que eles se submetam aos ritos da igreja, de qualquer uma, para que se elevem à condição de casados e sejam abençoados por Deus. Não é assim para quem acredita em Deus?
Desconheço um político que se diga ateu. Em 12 de novembro de 1985, no último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, o então senador Fernando Henrique Cardoso (PSDB) hesitou em responder a uma pergunta sobre sua crença em Deus.
O tropeço foi fatal, e Fernando Henrique perdeu a eleição para Jânio Quadros. Na eleição presidencial de 2006, onde Lula derrotou Geraldo Alckmin (PSDB), Fernando Henrique comparou Lula ao demônio. Por quê? Porque Lula se comparara a Deus.
De volta a Tabata e a João. Tabata já declarou seu apoio a Guilherme Boulos (PSOL), que enfrentará Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno para prefeito de São Paulo. Mas a amigos, ela diz que não participará de nenhum evento da campanha de Boulos.
Nem mesmo fará gravações para o horário de propaganda eleitoral de Boulos no rádio e na televisão. E que não adianta insistir para que faça. Aí entra João, candidato desde agora a governador de Pernambuco em 2026, e que pretende nacionalizar seu nome.
João está disposto a desembarcar em São Paulo para anunciar seu apoio a Boulos. Se Boulos pedir para que grave uma mensagem de apoio, João gravará. João tem certeza de que isso não colocará em risco seu namoro. São coisas do ofício. Tabata sabe.
Do alto de sua sabedoria, aquele que está em toda parte e a tudo vê, também sabe e será capaz de compreender. Porém, não se meterá nessa história. Deus é do centro.