metropoles.com

Sumiu do cofre da Receita Federal o estojo com joias de Michelle

Polícia Federal faz busca na fazenda de Nelson Piquet

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
Imagem colorida mostra joias que foram dadas a Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra joias que foram dadas a Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita - Metrópoles - Foto: Reprodução

Bons tempos aqueles em que mesmo os jornais e as revistas mais respeitáveis do mundo, não todos, é claro, divertiam-se e divertiam seus leitores com a publicação de notícias inventadas para marcar a passagem do 1º de abril, o dia universal da mentira.

Quanto mais inverossímeis elas fossem, mais sucesso faziam. Mas havia também espaço para a publicação de notícias falsas que parecessem verdadeiras. Diz-se que o costume nasceu na França, no século XVI, quando o Ano-Novo era festejado em 25 de março.

A data, que marcava a chegada da primavera, foi alterada pelo rei Carlos IX para 1º de janeiro. Parte dos franceses resistiu à mudança e passou a celebrar o Ano-Novo no dia 1º de abril, enviando convites para festas inexistentes. Virou uma brincadeira.

Lançado em 1º de abril de 1828, o jornal A Mentira, de Minas Gerais, estampou a notícia da morte do imperador dom Pedro, desmentida no dia seguinte. Em sua última edição, o jornal convocou seus credores para um acerto de contas no ano seguinte.

A revista britânica New Scientist publicou um artigo em 1º de abril de 1983 sobre dois cientistas alemães, Barry McDonald e William Wimpey, de Hamburgo, que haviam conseguido fundir, por meio de uma descarga elétrica, células de boi com células de tomate.

Aqui, na edição de 27 de abril, sob o título Boimate, a Veja noticiou o experimento levando-o a sério. Disse que “a experiência dos pesquisadores alemães permite sonhar com um tomate do qual já se colha algo parecido com um filé ao molho de tomate”.

O jornal O Estado de São Paulo registrou o fato, o que obrigou a revista a admitir que errou, pedindo desculpas aos leitores. O desmentido ficou entalado na garganta da Veja à espera de que o Estadão errasse para dar o troco. Não demorou muito.

Um dia, o jornal deu com exclusividade a notícia de que o prédio do Ministério da Justiça, em Brasília, sofrera um atentado. Alguém disparou um projétil que atingiu a janela envidraçada do gabinete do então ministro Ibrahim Abi-Ackel. O país vivia sob ditadura.

Descobriu-se mais tarde que não fora um atentado. Um parafuso inocente, do sistema de irrigação do gramado do prédio, havia se soltado e foi bater na janela do gabinete do ministro. A Veja não perdoou. Contou a história sob o título de A porca assassina.

O Dia da Mentira passou a ser todo dia desde que a internet permitiu o surgimento das redes sociais, dando voz não apenas aos idiotas, como disse o filósofo italiano Umberto Eco, mas também aos criadores e disseminadores de fake news. Perdeu a graça.

Em tempo: o estojo com joias de Michelle, apreendido pela Receita, com a Receita continua. Por ora, a Polícia Federal não pensa em de dar uma batida na fazenda do ex-piloto Nelson Piquet, o guardião dos presentes que o casal Bolsonaro recebeu.

A Justiça acelera o passo para tornar Bolsonaro inelegível. Sergio Moro, no passado líder inconteste do combate à corrupção, sua a camisa para que sua reputação não vá pelo ralo. O general Hamilton Mourão, antigo golpista de carteirinha, hoje é senador.

E tudo isso é verdade, não é 1º de abril.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?