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Sobre a direita que esconde o nome e o novo gênio da praça

Eleição presidencial à vista, embora seja muito cedo

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Ettore Chiereguini e Danilo M. Yoshioka/Especial Metrópoles
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1 de 1 nunes-marcal - Foto: Ettore Chiereguini e Danilo M. Yoshioka/Especial Metrópoles

Das conclusões apressadas e interesseiras que se tenta tirar das eleições municipais ora em curso (será que não se deram conta de que elas ainda não terminaram?), destacam-se, até aqui, pelo menos duas:

1ª. foram os partidos de centro que as ganharam, e não os da direita;

2ª. Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, revelou ser um gênio da política ao levar Ricardo Nunes (MDB) para o segundo turno.

Está para nascer um partido de centro que seja de esquerda. Todos são de direita, embora alguns se envergonhem de admitir. Podem não ser de extrema-direita, e a depender das conveniências, até se aliam muitas vezes à esquerda para disputar eleições.

Se Pablo Marçal (PRTB) tivesse passado para o segundo turno, e não Nunes, qual o partido dito de centro que não o apoiaria contra Guilherme Boulos (PSOL), candidato de Lula e do PT? O próprio Tarcísio disse que anularia o voto, e recuou. Votaria em Marçal.

Parte da Faria Lima, em São Paulo, reduto da maior fatia do PIB brasileiro, aderiu a Marçal antes mesmo do primeiro voto ser digitado nas urnas do último domingo. A outra parte, salvo exceções, estava pronta para aderir a Marçal no segundo turno.

Quanto ao novo gênio político, Tarcísio, acólito de Bolsonaro desde que serviu ao seu governo como ministro da Infraestrutura, que nunca disputou uma eleição até que Bolsonaro o fez disputar em São Paulo, e que com ele segue em marcha, à direita volver…

Não foi ele o responsável pela ida de Nunes para o segundo turno. Marçal, ao errar gravemente em duas ocasiões, é que foi. Errou na reação à cadeirada que levou de Luiz Datena ao meter-se numa ambulância e correr para um hospital atrás de socorro urgente.

Simulou respirar por meio de aparelhos desligados e reapresentou-se com o braço na tipoia como se de fato precisasse dela. Errou ao falsificar documentos para provar que Guilherme Boulos (PSOL) era viciado em cocaína. A fraude ruiu em poucas horas.

Nunes teve a seu favor o patrimônio de obras feitas ao longo do seu mandato atual, as máquinas do governo do Estado e da prefeitura, dinheiro à beça, uma coligação de 12 partidos e 65% do tempo de propaganda eleitoral dos candidatos no rádio e na televisão.

Fora ele próprio, Marçal não teve nada, nem um tostão dos fundos partidário e eleitoral. Sem representação no Congresso, o PRTB não elegeu um único vereador em São Paulo; é uma legenda suspeita de ligações com o crime organizado.

Nunes poderia ter dispensado a companhia de Marçal no segundo turno da eleição, mas não o seu apoio – dispensou as duas coisas. Tarcísio enxergou com atraso o perigo de Marçal elogiar Boulos e de liberar seus eleitores para que votem nele.

O poder não se entrega, toma-se. Por pouco, Marçal não o tomou. Eleição se perde, não se ganha.  Foi Bolsonaro que a perdeu para Lula em 2002 pelo equivalente a um suspiro. Quem vai para o segundo turno em primeiro lugar, na maioria das vezes se elege.

O favorito, portanto, é Nunes. Mas há casos de viradas, tanto em eleições para prefeito quanto para governador. Para presidente, nunca houve. Só um presidente, candidato à reeleição, acabou derrotado – você sabe quem foi, o inelegível.

Faltam dois anos para a próxima eleição presidencial. Lula só não será candidato se a saúde o impedir, ou um eventual fracasso do seu governo. Tarcísio só será candidato a presidente se Lula não for. Por ora, o gênio joga retrancado.

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