Simone Tebet pisa na bola e assim pode acabar não sendo ministra
Quem tem prazo não tem pressa
atualizado
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A paciência é dom de poucos, e o silêncio arma dos mais sábios. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) dá sinais de que é mais ansiosa do que parecia, além de encantada com a própria voz.
Pule de 10 para titular do Ministério do Desenvolvimento Social, tendo obtido finalmente o patrocínio que não tinha antes do seu partido, passou a dizer que, agora, é tudo ou nada.
Ou será ministra do Desenvolvimento Social ou não fará parte do novo governo. É verdade que o PT quer o ministério, mas também é verdade que Lula quer o lugar para Simone.
Inúmeras vezes, o presidente eleito já reconheceu publicamente que deve sua vitória, em parte, a Simone. Geraldo Alckmin, o vice, e Janja, a primeira-dama, são cabos eleitorais da senadora.
No momento, porém, Lula tem outras coisas mais urgentes com as quais se preocupar. A aprovação da PEC da Transição, por exemplo, travou na Câmara. O Centrão ameaça sabotá-la.
Por causa disso, Lula adiou o anúncio dos nomes de ministros políticos indicados pelos partidos para a próxima semana, ou para depois do Natal. Não significa que desistiu de Simone.
Não significa também que oferecerá a Simone outro ministério. Quem aspira servir a um governo não manda recado ao governante por meio de terceiros. Apenas espera ser convidado.
Simone tem todo direito de recusar o convite se ele a desagradar, mas pouco ganha em antecipar sua decisão. Não é só deselegante. Soa a imposição, arrogância. É fazer o jogo dos adversários.
Quem tem prazo não tem pressa – e o de Lula termina no final deste mês. Até na véspera da posse, se ele preferir. Simone não tem prazo. Só haverá eleição presidencial daqui a quatro anos.