Simone Tebet chegou tarde à corrida presidencial e irá embora cedo
Como se eleger se nem seu partido, o MDB, a apoia?
atualizado
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Sextou, e talvez por isso, mas não só, a audiência da entrevista de Simone Tebet (MDB) foi a menor dos candidatos a presidente ouvidos pelo Jornal Nacional. Também foi o menor o número de pessoas impactadas pelos comentários a respeito postados no Twitter, Facebook e Instagram enquanto ela esteve no ar.
Tebet dividiu os internautas: obteve 50% de menções positivas e 50% de menções negativas, considerado o período da entrevista. Foi melhor que Lula e Bolsonaro, e pior que Ciro Gomes (PDT), segundo monitoramento do Instituto Quaest. Nada mal para a primeira ocasião em que Tebet apresentou-se ao grande público.
Nada mal, mas tarde demais, a apenas 36 dias do primeiro turno das eleições mais polarizadas da história recente do país. Quase 80% dos eleitores dizem que já sabem em quem votar – quase todos em Lula e Bolsonaro. E dos que dizem que votarão em Ciro, mais da metade admite que poderá aderir a Lula ou a Bolsonaro.
Tebet falou em “coração de mãe” machucado com a miséria que leva tantas pessoas a passarem fome, e esse foi o único momento em que transmitiu um pouco de emoção. Criticou os governos do PT e o de Bolsonaro, embora sem usar linguagem dura ou de mal gosto. Ao cabo e ao fim, explicou-se mais do que vendeu ideias.
Seu ponto mais fraco, e não por culpa dela: a falta de apoio do MDB à sua candidatura. Os entrevistadores lembraram que nem o MDB do seu estado, o Mato Grosso do Sul, a apoia. E que o MDB de 9 estados já declarou apoio a Lula. Como ela pretende se eleger assim? Não pretende. Tebet marca posição e joga para o futuro.
Está em melhor situação do que Ciro, que candidato a presidente pela quarta vez sem nunca ter vencido, diz que essa será a última.