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Em 1950, o líder da direita armada e desarmada no Brasil, o jornalista Carlos Lacerda, disse uma frase que entrou para a história:
“O senhor Getúlio não deve ser candidato, se for candidato não deve ser eleito, se for eleito, não deve tomar posse, se tomar posse não pode governar”.
Getúlio Vargas foi candidato a presidente, se elegeu, tomou posse e governou até matar-se com um tiro para não ser deposto.
Parafraseando Lacerda, o senador Sérgio Moro (Podemos-PR) não deveria ter comparecido à CPMI do golpe para assistir ao depoimento do hacker Walter Delgatti.
Se comparecesse, não poderia tê-lo interrogado. Se o fizesse, que fosse com perguntas neutras para não provocá-lo, e se atacado por ele, que reagisse com indignação.
Moro fez tudo errado. Chamou Delgatti de estelionatário. E engoliu calado a resposta desaforada dele.
O hacker disse que leu conversas do ex-juiz da Lava Jato em aplicativos de mensagem. E foi além:
“Li a parte privada e posso dizer que o senhor é um criminoso contumaz, cometeu diversas irregularidades e crimes”.
Foi Delgatti que hackeou a troca de mensagens entre Moro e Deltan Dallagnol à época da Operação Lava-Jato.
O conteúdo das mensagens levou o Supremo Tribunal Federal a soltar Lula e declarar Moro um juiz parcial.