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Se pegasse a moda Luiz Datena, pedir votos nas ruas nunca mais

E o corpo-a-corpo com os eleitores estaria com seus dias contados

atualizado

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Coluna Guilherme Amado/Metrópoles
José Luiz Datena
1 de 1 José Luiz Datena - Foto: Coluna Guilherme Amado/Metrópoles

É mais do que compreensível a preocupação do apresentador de televisão José Luiz Datena, candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, com sua segurança pessoal. Em Juiz de Fora, há pouco mais de quatro anos, Bolsonaro descuidou da sua e deu no que deu.

No caso, o mais absurdo é que parte da extrema-esquerda insista em dizer que a facada em Bolsonaro foi uma fraude, concebida para elegê-lo. Não teria havido facada, nem a operação que salvou sua vida, nem tudo mais o que o país assistiu ao vivo. Maluquice.

Datena tem evitado caminhadas pelas ruas e aparições em locais públicos. Não gostou da sua primeira vez – uma ida ao Mercado Municipal em 17 de julho. A visita transcorreu sem tumultos ou hostilidades. Pareceu gravação para o programa eleitoral.

E foi. E mesmo assim, Datena sentiu-se inseguro. Vai tentar cumprir mais duas ou três agendas em ambientes públicos para “sentir a reação” – não a dele, mas a dos que o assediam.  E a partir daí, possivelmente, só será visto na telinha blindada da TV.

Quem não é do ramo da política procede assim. Quem é do ramo, arrisca-se ao corpo-a-corpo com os eleitores e comemora quando atrai multidões. Por meia dúzia de vezes, Datena aspirou, ou fingiu aspirar, ser candidato, desistindo em seguida. Desta vez é de fato.

Cedeu aos apelos do PSDB, partido em liquidação. Nas pesquisas de intenção de voto mais recentes, Datena aparece em quarto lugar, empatado com o empresário bolsonarista Pablo Marçal, só atrás de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL).

Datena tira votos de Nunes e de Boulos e atrapalha o crescimento da candidatura da deputada Tabata Amaral (PSB). No país do “se a eleição fosse hoje”, ele estaria destinado a apoiar Boulos em um segundo turno contra Nunes. Mas a eleição não é hoje.

Para valer, ela só começará a chamar a atenção dos eleitores lá por meados de setembro. O primeiro turno será no dia 6 de outubro. Nas cidades com mais de 200 mil eleitores, um eventual segundo turno ocorrerá no dia 27 de outubro. Tem muito chão a percorrer.

São Paulo, como a maior e mais populosa cidade do país, deverá ser palco do combate mais acirrado entre os candidatos. O PT, a acreditar-se nas pesquisas, vai mal nas capitais de Estados, mas se em São Paulo vencer com Boulos, irá para o abraço da galera.

É em São Paulo que Lula aposta suas fichas. Pela primeira vez, o PT não terá candidato próprio. Retribuição de Lula ao apoio que Boulos lhe deu para que se elegesse presidente. Bolsonaro aposta suas fichas em Nunes e patrocina Marçal às escondidas.

É falsa a crença de que o resultado das eleições municipais antecipa o que acontecerá depois nas eleições gerais, inclusive a de presidente da República. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra. Bolsonaro foi o único presidente que não se reelegeu.

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