Se não for candidato a presidente, Jereissati poderá apoiar Ciro
É impensável que o Ceará, ou qualquer outro Estado do seu porte, tenha dois candidatos a presidente com chances de vencer
atualizado
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É bom prestar atenção no que diz o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Outro dia, ele disse que o PSDB poderá apoiar um candidato de outro partido na eleição presidencial de 2022
Jereissati é um dos três nomes que deverão disputar as prévias do PSDB em novembro próximo. Dali sairá o candidato do partido à sucessão do presidente Jair Bolsonaro.
Com o que disse a respeito do apoio a um nome de fora do PSDB, ele pode estar pretendendo apenas enfraquecer João Doria, governador de São Paulo, favorito a ganhar as prévias.
O terceiro nome seria o do governador Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul. Mas nem Leite nem Jereissati são páreo duro para Doria. Jereissati tem problemas de saúde.
E enfrenta também no seu Estado um problema político chamado Ciro Gomes, candidato do PDT. Dois candidatos de um mesmo Estado a presidente da República seriam um pouco demais.
De resto, Jereissati e Ciro são bons amigos. Ciro entrou na política pelas mãos de Jereissati. Pela quarta vez, concorrerá à presidência. Se perder, encerrará a carreira.
As coisas já estiveram melhores para Ciro, mas aí surgiu a candidatura de Lula e tomou-lhe o espaço da esquerda. Resta a Ciro avançar sobre o espaço da direita.
Acontece que o espaço da direita estará congestionado com as candidaturas de Bolsonaro, de Doria e de quem mais aparecer. Como Jereissati negaria apoio a um nome do seu Estado?
É com isso que conta Ciro. A conferir até o fim do ano – ou antes.