Se Minas Gerais espelha o eleitorado do Brasil, como dizem os cientistas sociais, se nenhum presidente da República se elegeu sem vencer naquele que é o segundo maior colégio eleitoral do país, Bolsonaro tem de fato com o que se preocupar, por mais que venha crescendo aos poucos nas pesquisas de intenção de voto.

O DataTempo entrevistou 2 mil eleitores mineiros em suas casas entre os dias 30 de abril e 5 de maio. A margem de erro é de 2,19%. Lula (PT) aparece com 44,4% dos votos, Bolsonaro (PL), 29,95%; Ciro Gomes (PDT), 4,55%; André Janones (Avante), 3,1%; e João Doria (PSDB), 2,75%. Os demais candidatos têm menos de 1%.

Se considerados os votos válidos, excluídos os nulos, brancos e indecisos, numericamente, hoje, os mineiros elegeriam Lula no primeiro turno com 51,4% contra 34,7% de Bolsonaro. Na pesquisa anterior, de novembro, Moro tinha 6,9%. Seus votos migraram para Lula e Bolsonaro, que ainda tomaram votos dos outros.

Lula passou de 38% para 44,4% (alta de 6,4 pontos percentuais), Bolsonaro de 21,7% para 29,95% (alta de 8,25 pontos percentuais). Juntos, eles somam 74,35% dos votos totais em Minas. Somavam 59,7% em novembro. Olha a polarização se acentuando aí, gente! Minas antecipa o que deverá ocorrer por toda parte.

A pesquisa trouxe mais notícias ruins do que boas para Bolsonaro. Embora tenha crescido e reduzido sua desaprovação, ele viu Lula crescer e o sonho da terceira via eclipsar-se. Por mais que tenha visitado o estado e anunciado medidas que o beneficiam, a vantagem de Lula sobre ele caiu apenas de 16,3 pontos para 14,45.

Lula tem mais a ganhar do que Bolsonaro com a polarização. Em caso de segundo turno, de acordo com o DataTempo, ele herdará 46,1% dos votos dos órfãos da terceira via, e Bolsonaro só 21,6%. Hoje, 63% dos mineiros dizem que sua escolha é definitiva. Neste momento, Lula vagueia por Minas garimpando votos.