Se dependesse dos 4 estrelas, o vice de Bolsonaro seria um civil
O silêncio é a arma dos generais para manter distância das eleições
atualizado
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O general Braga Neto, ministro da Defesa, chefe da Casa Civil na primeira fase da pandemia da Covid, paraquedista como o presidente da República e muitos que o cercam, quer ser candidato a vice de Jair Bolsonaro nas eleições de outubro próximo.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido ao qual Bolsonaro filiou-se, preso e condenado no processo do mensalão do PT, acha que um general como vice aumentará as chances de Bolsonaro se reeleger. O pessoal que veste farda gostaria disso.
É discreta, porém grande a excitação entre os militares da reserva. São muitos os nomes que se acham em condições de sonhar com a vaga de vice na chapa do ex-capitão afastado do Exército por insubordinação no início dos anos 1980.
O general Hamilton Mourão, atual vice-presidente da República, não alimenta mais a esperança de se recompor com Bolsonaro. Os dois praticamente não se falam. Mal o governo começou, Carlos Bolsonaro acusou Mourão de conspirar para derrubar seu pai.
Mourão foi escolhido para vice depois que Bolsonaro se viu sem outro nome para a vaga. Não fosse ele um general, Bolsonaro poderia ter ido mais cedo para casa. Mas quem desejaria ter um militar de volta à presidência? O Congresso não desejou.
Os quatro estrelas que fazem parte do Estado Maior do Exército adotaram o silêncio como sua arma mais eficiente de combate desde que Bolsonaro forçou os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica a pedirem demissão no ano passado.
A maioria deles não vê com bons olhos a hipótese de que Bolsonaro se socorra de outro militar para o lugar de Mourão. Se Bolsonaro disputar o segundo turno com Lula, votarão nele porque lhes desagrada o retorno do PT ao poder.
Se a candidatura de Sérgio Moro não desmoronar antes do primeiro turno, muitos votarão no ex-juiz, o civil mais condecorado por eles nos últimos anos. Mas uma coisa é certa: baterão continência para o eleito seja quem for.