Se comportar-se bem e Bolsonaro se reeleger, chegará a hora de Aras
Bolsonaro joga com seus cordeiros para continuar blindado
atualizado
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Além de agradecer em termos protocolares que disfarçam sua insatisfação, que mais poderia fazer Augusto Aras ao ouvir o anúncio de que será reconduzido por mais dois anos ao cargo de procurador-geral da República? “Sinto-me honrado”, disse.
O cargo é uma das joias da coroa de qualquer governante. Ele só a concede temporariamente a quem julga ser de sua absoluta confiança. É o caso de Aras para o presidente Jair Bolsonaro. No cargo, ele foi um pau mandado de Bolsonaro e assim será.
Aras sonhava trocar a procuradoria pela vaga aberta no Supremo Tribunal Federal com a saída do ministro Marco Aurélio Mello, mas ela tem dono: André Mendonça, outro cordeiro de Bolsonaro, apoiado por evangélicos e pela primeira-dama do país, Michelle.
O presidente antecipou em dois meses a recondução de Aras para indiretamente fortalecer Mendonça, que ainda enfrenta no Senado resistência ao seu nome. Para muitos senadores, Aras seria disparadamente melhor ministro do que Mendonça.
Se Bolsonaro for reeleito, ele terá mais duas vagas a preencher no Supremo até 2026, formando assim uma bancada de 4 em um total de 11. Aras nada perde por esperar desde que continue fazendo as vontades do seu patrocinador.