Rodrigo Pacheco inova e cria a Comissão Protelatória de Investigação
Presidente do Senado presta relevante serviço a Bolsonaro
atualizado
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A decisão de Rodrigo “Pirilampo” Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, de deixar para o fim do ano a instalação da CPI da Educação, significa: investigar roubalheira no governo só depois das eleições. Quanto à aprovação do Pacote de Bondades para salvar Bolsonaro da derrota, essa tem que ser já.
CPI quer dizer: Comissão Parlamentar de Inquérito, direito da minoria no Congresso previsto na Constituição. A CPI da Pandemia só foi instalada porque o Supremo Tribunal Federal mandou. Contrariado, Pirilampo então criou uma nova forma de CPI, que quer dizer: Comissão Protelatória de Investigação.
Aliado de Bolsonaro, Pirilampo pôs em votação no Senado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) conhecida pela alcunha de Kamikaze, a maior pedalada jamais dada na Constituição, na Lei de Responsabilidade Fiscal e na legislação eleitoral. E o Senado aprovou-a por 70 votos a um, do senador José Serra (PSDB-SP).
Pirilampo acende, apaga, acende, apaga. Quando Bolsonaro põe em dúvida a lisura das eleições, ele a defende e brilha por alguns instantes. Afinal, se vingasse a pregação de Bolsonaro contra o voto eletrônico e o sistema de apuração, o mandato de todos os políticos perderia a legitimidade, abrindo caminho para o golpe.
Uma vez que Bolsonaro para de atacar a democracia, Pirilampo apaga e passa a defender os interesses do governo a pretexto de defender os superiores interesses nacionais. Tem a vigiá-lo o tempo todo o senador David Alcolumbre (União Brasil-AP), fiador junto a Bolsonaro de sua eleição para presidência do Senado.
Arthur Lyra (PP-AL) dispensou fiador para se eleger presidente da Câmara dos Deputados. Em troca de cargos no governo e de administrar uma gorda parcela do Orçamento Secreto, jurou fidelidade a Bolsonaro e cumpriu sua palavra. Irá com ele para o céu ou o inferno. A segunda hipótese é a mais provável hoje.