Roberto Jefferson, a boca de aluguel de Bolsonaro no Rio
Para recuperar os bolsonaristas arrependidos e atacar o PT a quem já apoiou
atualizado
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Expressão um tanto fora de moda, “boca de aluguel” costumava designar o candidato que disputava uma eleição não para ganhar, mas para ajudar outro a vencer.
Roberto Jefferson (PTB-RJ) é dessa época. E, agora, em prisão domiciliar, acusado de fazer parte de uma milícia digital contra a democracia, lançou-se candidato à vaga de Bolsonaro.
No passado, Jefferson já apoiou Lula e acabou condenado pelo Supremo no julgamento do escândalo do mensalão do PT, a compra de votos de deputados federais e senadores.
Impedido de comparecer à convenção do PTB que aprovou sua candidatura por unanimidade, Jefferson divulgou um vídeo onde diz que é “fã” das ideias de Bolsonaro e que quer vê-lo reeleito.
Afirma que sua candidatura não se opõe a de Bolsonaro, mas, sim, “confronta a abstenção” e preenche “alguns nichos de opções ao eleitorado direitista”. E explica por que:
“[Bolsonaro] não se reconecta com os descontentes, os famosos ‘isentões’, e gera uma gigantesca abstenção, que termina por eleger um candidato de esquerda. É uma luta injusta. Um leão solitário contra uma alcateia de hienas”.
“Boca de aluguel”, no passado, não admitia que fosse o que era e que todos sabiam, menos os eleitores. Jefferson inova.