RECORDAR ENSINA – Qual é o problema de Marta Suplicy
(Publicado aqui em 24 de julho de 2024)
atualizado
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23:49
O problema da prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) é ser Marta Suplicy. Se ela não fosse ela, estaria eleitoralmente mais forte para enfrentar as urnas em outubro próximo. Infelizmente, uma mulher-prefeita ainda não é algo natural entre nós. Uma mulher que diz o que lhe vem à cabeça sem pesar antes as palavras, muito menos.
Uma mulher-prefeita que diz o que lhe vem à cabeça e que se veste do jeito que a Marta se veste para assistir a um casamento ou socorrer vítimas de uma inundação, menos ainda. Resultado: diante de uma pessoa assim, o eleitorado se divide entre os que a amam e os que a odeiam. Não há meio termo.
Não é tão difícil enfrentar a oposição que deriva de uma má avaliação administrativa. Difícil, muito difícil é enfrentar uma oposição emocional. E é esse tipo de oposição que Marta enfrenta por culpa ou mérito exclusivo dela. Não é por outra razão que propaganda negativa costuma ser uma coisa que funciona tão bem ou até melhor do que propaganda positiva.
Estamos na fase da pré-campanha. Antes do começo da campanha propriamente dita teremos o hiato das Olimpíadas – como em 2006 teremos o da Copa do Mundo. Durante esse hiato, as pessoas olham menos para os políticos e seus atos, a mídia também, e eles podem se preparar para a fase seguinte e decisiva da campanha eleitoral. Há que se ver como virá Marta depois das Olimpíadas.
Contra ela, fora a oposição emocional, há a combinação perversa de dois fatos medidos pelas pesquisas: 80% dos eleitores do ex-governador Paulo Maluf dizem que não votariam em Marta de jeito nenhum; 80% dos petistas dizem que não votariam em Maluf de jeito nenhum. A combinação favorece José Serra, candidato do PSDB a prefeito.