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Quem se cerca de bandidos, bandido é. A propósito de Pablo Marçal

Chega. Basta. Fora!

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Duda Lima
1 de 1 Duda Lima - Foto: Reprodução

É no que dá normalizar um marginal da política e convidá-lo, sem que a lei obrigue, para participar de debates. “A certeza de impunidade garante que as pessoas peguem cadeiras e arremessem em candidatos”, disse Pablo Marçal (PRTB).

No oitavo debate, ontem à noite, entre os candidatos a prefeito de São Paulo, “a certeza de impunidade” de Nahuel Medina, assessor de Marçal, levou-o a agredir com um soco no olho o marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), Duda Lima, que acabou ensanguentado.

A cadeirada aplicada por Luiz Datena (PSDB) em Marçal durante o debate promovido pela TV Cultura não resultou em sangue, mas foi igualmente um ato de violência condenável. A polícia abriu um inquérito para apurar o que aconteceu, que é mais do que sabido.

Medina foi detido para “averiguações”. Ele cometeu um crime muito mais grave. A essa altura, já deve ter sido liberado. Por desrespeito às regras do debate, Marçal foi expulso pelo mediador Carlos Tramontina. Marçal disse que o agredido foi Medina.

Não é isso, porém, o que mostra o vídeo postado no Youtube do Metrópoles (confira ao pé deste texto). Marçal justificou-se:

“Infelizmente, cara, não dá para ser comportado com esses comunistas. Bolsonaro, você poderia dar um jeito de não virar as costas para o povo”.

Marçal e Nunes disputam o apoio dos que votaram em Bolsonaro na eleição presidencial de 2022. Segundo as pesquisas mais recentes, eles estão empatados nesse segmento. Marçal sempre foi bolsonarista; Nunes, não, mas agora quer parecer que é.

“Para mim não tem problema ser expulso de um lugar em que eu não posso falar”, afirmou Marçal. E, por fim, dirigiu-se ao público: “Nós vamos entrar numa guerra e se não tiver revolta do povo não vai ter como resolver [os problemas] nessa cidade”.

Um apelo ao uso da violência! O que falta para ele ser punido pela Justiça? Quem se cerca de bandidos, bandido é. Quem estimula a violência não está preparado para disputar cargos eletivos, muito menos a prefeitura da cidade mais populosa do país.

Não é o que fazem os demais candidatos a prefeito de São Paulo, nem mesmo o autor da cadeirada em Marçal, que se arrependeu e pediu desculpas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que apoia Nunes, lamentou o episódio:

“Não dá mais para tolerar o que está acontecendo nessa campanha. Onde está o respeito ao eleitor que todo candidato precisa ter? Cadê o respeito à democracia que quem quer ser gestor precisa mostrar? Onde vamos parar com tanta baixaria?”

A Justiça está com a palavra, e o eleitor também.

 

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