Quem mandou ACM Neto ignorar que pardo é negro…
O fantasma que assombra o ex-prefeito de Salvador
atualizado
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O imprevisto, não, mas o erro na campanha pode ser evitado. Lula confessa seu arrependimento por ter faltado aos debates do primeiro turno das eleições de 2006.
Recuperava-se do desgaste provocado pelo mensalão do PT. Não quis virar saco de pancadas dos adversários. No segundo turno, foi a todos os debates e se reelegeu.
ACM Neto (União Brasil), ex-prefeito de Salvador e candidato ao governo da Bahia, tem evitado os debates, mas não é por isso que se meteu na enrascada que lhe tira o sono.
Em entrevista à TV Bahia, emissora de sua família e onde se julgava seguro, disse considerar-se “pardo, mas não negro”. Na ocasião, parecia excessivamente bronzeado.
“Eu me considero pardo. Você pode me colocar ao lado de uma pessoa branca, há uma diferença bem grande. (Agora) Negro, não. Não diria isso, jamais”, disse ele.
Só que, pelos critérios do IBGE, os pardos e pretos são considerados negros. Informado a respeito por seus entrevistadores, ACM respondeu de bate-pronto:
“Então é erro do IBGE, não é meu. Simplesmente isso”.
Pra quê… Desde então, em um estado onde os negros são maioria, o mundo desabou na cabeça dele, seus adversários deitaram e rolaram nas redes sociais, e ACM começou a cair nas pesquisas.
No último levantamento do Datafolha, ele perdeu 5 pontos percentuais, enquanto o candidato do PT Jerônimo Rodrigues subiu 12 pontos. Dava-se como certo que ACM estava eleito.
Agora, é possível que ele tenha que disputar o segundo turno. A Bahia já foi a terra do avô de ACM. O avô mandou ali durante a ditadura de 64. A Bahia passou a ser terra do PT.
Há 16 anos, o PT governa o estado. Lula nada de braçada na Bahia contra Bolsonaro, e caso se eleja no primeiro turno, estará mais à vontade para ajudar Rodrigues a se eleger no segundo.
O fantasma do segundo turno com Lula já eleito é o que assombra ACM.