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Quem mais perde com o genocídio em Gaza: Netanyahu ou Biden?

O plano de cada um

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Presidente dos EUA, Joe Biden, em Tel Aviv, ao lado de Benjamin Netanyahu
1 de 1 Presidente dos EUA, Joe Biden, em Tel Aviv, ao lado de Benjamin Netanyahu - Foto: GPO/ Handout/Anadolu via Getty Images

Se quisesse, com um ou dois gestos, o presidente americano Joe Biden acabaria com o genocídio dos palestinos na Faixa de Gaza promovido pelo governo de extrema-direita de Israel.

Primeiro gesto: suspender a venda de armas a Israel. Segundo: apoiar a admissão da Palestina como membro efetivo da ONU com os mesmos direitos dos outros países.

Embora diga e repita que é favorável à criação de um Estado palestino independente, a verdade é que Biden não é, como seus antecessores nunca foram, no máximo fingiram ser.

No momento, Biden é favorável à suspensão da guerra porque é o seu futuro político que corre mais riscos, e não o do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Israel está unido em torno de Netanyahu. Não esteve no início da guerra por culpá-lo pelas falhas de segurança que permitiram a invasão do Hamas em outubro, mas agora está.

Os Estados Unidos não estão unidos em torno de Biden, seja porque existe um Donald Trump que ameaça derrotá-lo  em novembro, seja porque a guerra em duas frentes o enfraquece.

Em uma frente, a da Ucrânia contra a Rússia, a derrota parece próxima. Ali, os Estados Unidos guerreiam por procuração. Na outra frente, Israel está longe de vencer o Hamas.

Numa eleição a ser decidida por uma margem pequena de votos, Biden não pode dar-se ao luxo de perder apoios entre os que lhe deram a vitória sobre Trump há quatro anos.

Revelaram-se erradas as previsões de que o governo Biden suspenderia a venda de armas a Israel por considerar que elas estariam sendo usadas para violar o Direito Internacional.

O Departamento de Estado, em relatório divulgado ontem, afirmou que não há evidências concretas para vincular as violações às armas fornecidas pelos Estados Unidos.

Reconheceu que seria “razoável avaliar” que as armas foram utilizadas de formas “inconsistentes” com o Direito Internacional, mas que faltam provas de que isso aconteceu.

Não bastasse, disse que as garantias dadas por Israel de que não usou as armas americanas para cometer qualquer crime são “credíveis e confiáveis”.  Que  tal?

Um passo à frente, dois atrás – e assim marcha Biden. Há dois dias, ele criticou Israel e sugeriu que armas americanas estariam matando palestinos indiscriminadamente:

“Civis foram mortos em Gaza como consequência dessas bombas e de outras formas como atacam os centros populacionais”.

Na ocasião, alertou que haveria mais restrições ao fornecimento de armas, incluindo bombas e projéteis de artilharia, se Israel prosseguisse com a sua ofensiva em Rafah.

A resposta de Netanyahu a Biden foi a de que a ofensiva em Rafah está mantida, e que, se abandonado por seus aliados, Israel saberá lutar sozinho e “com as próprias unhas.”

Por 143 votos contra 9 e 25 abstenções, a Assembleia Geral da ONU aprovou resolução que apela ao Conselho de Segurança para que conceda a adesão plena ao Estado da Palestina.

O representante dos Estados Unidos foi um dos 9 votos contrários. E adiantou desde já que se o apelo chegar ao Conselho de Segurança da ONU, será vetado por seus país.

O plano de Netanyahu é prorrogar a guerra até que Trump se reeleja ou até que ele resgate a esperança de também se reeleger. O plano de Biden é seguir na corda bamba.

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