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Quem mais perde com as derrotas do governo Lula no Congresso

Mentir é feio, imoral e também mata

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Lucas Leffa/Secom
Imagem colorida de Lula em coletiva com ministros sobre as enchentes no Rio Grande do Sul, São Leopoldo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Lula em coletiva com ministros sobre as enchentes no Rio Grande do Sul, São Leopoldo - Metrópoles - Foto: Lucas Leffa/Secom

Quem perde quando o Congresso, o mais reacionário da história do país desde o fim da ditadura militar há 39 anos, acaba com a saída temporária de presos para visitar as famílias em feriados e datas especiais? Em 95% dos casos, eles retornam aos presídios. Uma boa parte deles sequer ainda foi julgada.

O crime organizado agradece ao Congresso pelo que ele fez. É dessa mão de obra barata e sem esperança de redenção que lota os presídios que o crime organizado se alimenta em 25 dos 27 estados da Federação onde está presente e ativo. A medida é um incentivo a novas rebeliões com sequestros e mortes de agentes da ordem.

Quem perde quando o Congresso, dominado pelo Centrão em aliança com a extrema-direita bolsonarista, aprova o projeto de decreto legislativo que permite a instalação de clubes de tiro a pouca distância de escolas? E quem perde quando ele impede que seja criminalizada a distribuição de notícias falsas que atentam contra a democracia?

Jamais imaginei que viveria para ver deputados assomarem à tribuna da Câmara e defenderem o direito de mentir. Foi o que fez, por exemplo, a deputada Bia Kicis (PL-DF), uma bolsonarista raiz, quando disse:

“Infelizmente, a verdade é a seguinte: o mundo está cheio de mentirosos e mentir não é crime. Pode ser pecado, pode ser feio, pode ser imoral, mas mentira não é crime. Estão perseguindo, querendo cassar mentirosos, é isso?”

A deputada admite que mentir pode ser pecado, ser feio, ser imoral, mas reclama da eventual cassação de mandatos de políticos que disseminam mentiras. Foram mais de 300 votos a favor do direito de mentir no Congresso, nas Assembleias Legislativas, nas Câmaras Municipais e nas redes sociais. Como se mentir não fizesse mal.

Mentiras, ditas por quem foi eleito pelo povo que não elegeria um mentiroso confesso, podem matar. Lembrai-vos da pandemia da Covid. Quantas pessoas não morreram por terem dado ouvidos às mentiras do presidente da República sobre o uso de drogas ineficazes contra o vírus? Não foi por ignorância que ele mentiu.

Mentiras, ditas por personagens de relevo, podem estar na base de tentativas de golpes de Estado, sejam elas bem ou mal sucedidas. Não foi o que vimos com Trump ao incentivar a invasão do Capitólio por que lhe teriam roubado a reeleição? E aqui com Bolsonaro ao dizer, sem provas, que as urnas eletrônicas eram inseguras?

O governo Lula colheu, esta semana, no Congresso, essas e outras fragorosas derrotas, e tem culpa no cartório. Mas não foi ele quem mais perdeu com isso – foi o Brasil.

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