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Quem é o homem-bomba da CPI da Covid, segundo o governo

Nas contas de Bolsonaro e dos ministros que o cercam, do homem-bomba deve-se esperar más notícias e uma postura de independência indesejada

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1 de 1 interrogação dúvida - Foto: TeroVesalainen/Pixabay

Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid no Senado? Que nada! Randolfo Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente? Está frio. Humberto Costa (PT-PE), homem de confiança de Lula pelo menos ali? Mais frio ainda. Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI? Acertou! Aziz? Sim!

Revelado o homem-bomba da CPI da Covid mais temido pelo presidente Jair Bolsonaro e o núcleo duro de ministros do governo, segundo um desses ministros com assento no Palácio do Planalto. Pois é, Aziz, ex-governador do Amazonas, como Renan também às voltas com processos na Justiça. Quem diria…

Cada coisa que Aziz faz, cada frase que diz, cada iniciativa que toma é examinada com lupa pelo governo e seus aliados. E o diagnóstico até aqui é unânime: Aziz está disposto a afirmar-se como o adversário mais duro do governo na CPI. Tem sabido incorporar a figura do juiz imparcial, mas se precisar irá além.

Aziz planeja disputar o governo do Amazonas no ano que vem. E se Bolsonaro prometesse ajudá-lo? Esse seria o preço a pagar por sua eventual boa vontade? Afinal, como observou outro dia em conversa com um amigo, o ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho, “todo homem tem seu preço”.

Marinho disse o que disse a propósito de Renan, não de Aziz. Djalma Marinho, avô de Rogério, deve ter se revirado no túmulo. Embora tenha apoiado o golpe de 64, o jurista e deputado Djalma votou em 1968 contra a cassação do mandato do seu colega Márcio Moreira Alves, o que levou ao endurecimento do regime.

Na ocasião, como presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Djalma inspirou-se no poeta e dramaturgo espanhol do século XVII Calderón de La Barca para proclamar:

– Ao rei tudo, menos a honra.

Foi bonita a festa, pá, mas Moreira Alves acabou cassado, e a ditadura que se fingia de branda tirou a máscara e se assumiu como ditadura escancarada que torturou e matou muita gente em 21 anos. Rogério Marinho tinha 5 anos de idade em 1968, brincava nas ruas de Natal e não deve se lembrar. Aziz tinha 10.

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