Quem agora sente-se à vontade para disputar a sucessão de Lula
Artes e manhas da política
atualizado
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Dias depois de eleito governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em reunião com um grupo de políticos amigos dele, reconheceu que semanas antes havia puxado o freio de mão da sua campanha.
Quando tal coisa se deu, ele dispunha de números que asseguravam sua vitória. Se continuasse crescendo, beneficiaria Bolsonaro que, eleito, tentaria também mandar no seu governo.
E não só. Dono da caneta mais carregada de tinta da República, Bolsonaro comandaria o processo de escolha do candidato à sua sucessão, que poderia não ser Tarcísio, e ele quer ser.
Uma vez que Lula ganhou, Tarcísio é o nome mais cotado para disputar a eleição presidencial de 2026 caso Bolsonaro se torne inelegível. É pule de dez que isso vai acontecer.
Bolsonaro prefere atribuir à deputada Carla Zambeli (PL-SP) a culpa por sua derrota. Parte da culpa também caberia ao ex-deputado Roberto Jefferson, que atirou em agentes federais.
A 24 horas da eleição em segundo turno, Zambeli empunhou uma pistola, atirou para o ar, e com a arma na mão correu atrás de um negro por ruas do bairro dos Jardins, região nobre de São Paulo.
Mais tarde, sem apresentar provas, Zambelli acusou o negro de tê-la desacatado. Perdeu o porte de armas, está sendo processada e caiu em desgraça junto a Bolsonaro e aos seus filhos.
Zambelli foi denunciada ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro. Seu mandato corre risco.