Procura-se quem possa salvar Bolsonaro do escândalo da vacina
Se depender da CPI da Covid, o presidente da República será acusado por mais de um crime de responsabilidade, sujeito a impeachment
atualizado
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Primeiro, o presidente Jair Bolsonaro procurou a ajuda do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, para salvar-se do escândalo de ter ouvido dos irmãos Miranda a denúncia da compra da vacina indiana Covaxin a preço superfaturado e nada ter feito.
Queria que Pazuello dissesse que ele o tinha incumbido de investigar o caso, e que a denúncia revelou-se falsa. Pazuello não se mostrou disposto a segurar essa. O desgaste público da imagem do general deveu-se a tantas trampolinagens que ele escondeu.
Então coube a Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, prestar-se ao papel de mentir pelo governo. Coelho disse aos seus pares da CPI da Covid-19 que Bolsonaro acionou Pazuello, e que ele repassou a tarefa a Élcio Franco.
À época, fim de março último, o coronel Élcio Franco era o secretário-executivo do Ministério da Saúde. Segundo Coelho, ele investigou e concluiu que a história contada pelos irmãos Miranda não procedia. A cada dia, a história só ganha traços de verdade.
Agora, o que dirá o governo depois que o nome do coronel foi citado por um representante no Brasil da empresa Davati Medical Supply que deixou de vender um lote de vacinas da AstraZeneca ao Ministério da Saúde só para não ter de pagar propina?
O representante reuniu-se com o coronel no prédio do ministério. Sem propina, não houve negócio. Saiu dali de mãos abanando. Segue a procura desesperada do governo por quem se disponha a tirar Bolsonaro da embrulhada em que ele se meteu.