Prefeito de Jaboatão foge de debate com medo de levar uma cadeirada
Desculpa esfarrapada
atualizado
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Mano Medeiros (PL), 56 anos, advogado, bolsonarista de raiz, prefeito de Jaboatão dos Guararapes, cidade a 18 quilômetros do Recife, e candidato à reeleição, é o autor até aqui da desculpa mais original para fugir de um debate – no caso, o promovido, ontem, pelo G1, o portal de notícias da Globo. A desculpa foi postada por ele no Instagram a poucos instantes do início do debate:
“O Brasil assistiu estarrecido às cenas da cadeirada no debate deste domingo. Ocorreu em São Paulo, mas pode acontecer em qualquer lugar, porque os debates têm se caracterizado pelas agressões, insultos, desrespeito. Muitos candidatos tomam essa atitude para fazer seus recortes para internet. Jaboatão não precisa disso. Jaboatão precisa de respeito, equilíbrio e projetos. Então, tomei a decisão de não participar de debates nesta campanha”.
Na verdade, o motivo para que ele não comparecesse foi outro. A mais recente pesquisa do Instituto Real Time Big Data, publicada na última quinta-feira (12) indica que haverá segundo turno para eleição do prefeito de Jaboatão, a manter-se o quadro atual. Medeiros aparece com 37% das intenções de voto, seguido de perto por Elias Gomes (PT) e Clarissa Tércio (PP), com 23% e 22%, respectivamente.
Jaboatão é a segunda maior cidade governada pelo PL no Nordeste, atrás apenas de Maceió. Ali, no segundo turno da eleição presidencial de 2022, Lula obteve 204.012 votos, o equivalente a 55,75% do total, e Bolsonaro 161.952 (44,25%). Jaboatão já foi conhecido como “Moscouzinho” por ter elegido em 1947 o primeiro prefeito comunista do Brasil, o médico Manoel Calheiros, e 4 vereadores comunistas.
Exceto Elias Gomes, esse candidato outra vez, e Anderson Ferreira, ninguém conseguiu reeleger-se prefeito de Jaboatão por dois mandatos consecutivos. Daí o pavor de Medeiros.