PP de Ciro Nogueira e PSL de Luciano Bivar podem se fundir
Eleger o presidente da República não é o que mais interessa, mas sim montar a maior bancada de deputados federais
atualizado
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Nada a ver com o desembarque do ex-presidente Lula atrás das linhas de defesa do Progressistas (PP), partido do senador Ciro Nogueira (PI), chefe da Casa Civil da presidência, empenhado em se tornar conhecido como “amortecedor de tensões da República”.
Em visita ao Nordeste, onde lidera com folga todas as pesquisas, Lula tem conversado com parlamentares do PP para montar chapas junto com o PT e outros partidos de esquerda e de direita aptas a concorrerem com chances às eleições do ano que vem.
De passagem pelo Piauí, Estado de Nogueira, Lula, que sempre se deu muito bem com o senador, provocou-o de leve ao dizer que nem ele, reconhecidamente um político hábil, seria capaz de salvar do desastre o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Na verdade, Nogueira e o deputado Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, negociam há meses a possível fusão dos dois partidos, podendo atrair ainda o DEM do ex-prefeito de Salvador ACM Neto. Bivar e ACM Neto conversaram a respeito há duas semanas.
Oficialmente, o PP de Nogueira poderá apoiar a reeleição de Bolsonaro, liberando seus quadros para apoiarem quem quiser. Oficialmente, o PSL de Bivar não apoiará a reeleição de Bolsonaro, que rompeu com o partido onde queria mandar sozinho.
O que interessa a Nogueira e Bivar é eleger a maior bancada de deputados federais. A do PSL, hoje, é a segunda maior da Câmara, só perdendo para a do PT. A do PP é a quarta. Com a fusão, eles calculam que poderão eleger mais de 100 deputados.
Se conseguirem, que presidente da República, não importa qual, governará sem o apoio deles? Governos estaduais só dão problema. A ideia é investir os recursos dos fundos partidário e eleitoral na eleição de deputados e senadores.
Se a fusão se consumar, ainda não se sabe quem será o presidente do novo partido. Sabe-se quem cuidará da tesouraria – Nogueira.