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Portugal dá meia volta volver e marcha para a direita, como a Europa

“Já murcharam tua festa, pá…”

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Imagem colorida mostra bandeira de Portugal ao fundo, com uma mão, contra a luz, depositando um voto em uma urna - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra bandeira de Portugal ao fundo, com uma mão, contra a luz, depositando um voto em uma urna - Metrópoles - Foto: Getty Images

Foi uma disputa taco a taco, deputado a deputado, e até se falou de empate técnico, mas ao final da noite, contados os votos, o resultado deu a vitória à Aliança Democrática (AD), coligação de partidos de centro-direita, que elegeu 79 deputados e teve 28,66% dos votos. O Partido Socialista, de centro-esquerda, ficou com 77 deputados e 28,70% dos votos.

Mas a vitória da AD foi logo reconhecida pelo líder do PS, Pedro Nuno Santos, que afirmou que não votará moções de rejeição ao programa de governo da AD. Recusou que Portugal  fique à espera dos votos dos migrantes para ter a certeza de quem ganhou. Esses votos só serão apurados no próximo dia 20, e servirão para eleger quatro deputados.

Caiu o número de votos do chamado centro. A AD e o PS não atingiram juntos a casa dos 60%.  Mas há dois anos, eles elegeram mais de 85% dos deputados. Cabe agora ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convidar Luís Montenegro, líder da AD, a formar o futuro governo. Por enquanto, não se sabe que outros partidos o apoiarão.

O grande vencedor da noite foi o Chega, de extrema-direita, comandado por um radialista. Há dois anos, atraiu 7,5% dos votos e elegeu 12 deputados. Agora, 18,06% dos votos e 48 deputados. Um resultado que lhe dá a condição de partido decisivo para o funcionamento da Assembleia da República. O Chega quer governar com a AD, que jura rejeitá-lo.

A AD poderá governar com o partido Iniciativa Liberal, que elegeu oito deputados e continua como quarta força. Outra das novidades das eleições: há hoje em Portugal uma maioria clara de direita com mais de metade dos votos e a redução dos votos à esquerda. O PS ficou muito menor e os demais partidos de esquerda também, à exceção do Livre.

Há 50 anos, a serem completados em 25 de abril próximo, passava da meia noite quando a canção Grândola, Vila Morena foi transmitida pela Rádio Renascença. Estranho! Era uma canção proibida pela ditadura que governava o país há 48 anos porque fazia alusão ao comunismo. Foi o sinal para desatar a rebelião militar que derrubaria a ditadura.

Começava a Revolução dos Cravos, assim chamada porque a população distribuía cravos vermelhos a vários soldados, que os enfiaram nos canos de suas armas. Chico Buarque celebrou a revolução com a música “Tanto mar”.

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