Por que Fabrício Queiroz depositou dinheiro na conta de Michelle?
Se depender apenas do Supremo Tribunal Federal, a resposta será enterrada para sempre
atualizado
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A pergunta que há mais de ano não quer calar ficará sem resposta se depender do Supremo Tribunal Federal. Ali já tem maioria de votos para arquivar o pedido de investigação sobre os cheques depositados por Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
À época, Queiroz era o operador do esquema da rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro, o Zero Um, deputado estadual do Rio. Entre 2011 e 2016, depositou 21 cheques na conta bancária de Michelle, num total de R$ 71 mil. Márcia depositou o resto, completando os R$ 89 mil descobertos pelo Ministério Público.
Segundo Bolsonaro limitou-se a dizer, foi dinheiro que Queiroz lhe devia e que ele não teve tempo de sacar da conta de Michelle. Provocada pelo Supremo, a Procuradoria-Geral da República investigou o caso e concluiu pela inexistência de provas que permitissem denunciar Bolsonaro. O Supremo concordou.
Augusto Aras, o procurador-geral é candidato a uma vaga de ministro do Supremo. Há dois anos no cargo, ele tem se limitado a pedir o arquivamento de qualquer ação contra Bolsonaro. Constrangido pelo Supremo, dispôs-se, na semana passada, a investigar o presidente no caso da compra superfaturada de vacinas.
Anote para conferir: no futuro próximo, pedirá o arquivamento da investigação por falta de provas. Ou como ele prefere: por falta “de o mínimo de indícios probatórios”. Segue o baile.