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Por que Bolsonaro hesita em demitir o ministro da Educação

O que se oferece ao distinto público depois do mensalão e do petrolão

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Bolsonaro assina novo reajuste para professores da educação básica
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Mensalão foi a mesada paga pelo PT a deputados federais e senadores para que aprovassem as medidas do primeiro governo Lula. Resultou na condenação de 24 pessoas.

Petrolão foi o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras descoberto pela Operação Lava Jato. Resultou na condenação em primeira instância de 21 pessoas. Só resta uma presa.

Bolsolão é o que está em curso sem que os culpados sejam punidos. Tem a ver com o uso de dinheiro público, dentro ou fora do Orçamento, para a compra de apoio político ao atual governo.

A rachadinha que enriqueceu a primeira família presidencial brasileira, a importação suspensa de vacinas a preços superfaturados, o loteamento de cargos do governo…

Tudo isso e muito mais fazem parte do Bolsolão, que um dia se tornará conhecido. Agora, não vai dar. Os órgãos de controle do Estado estão sob o controle você sabe exatamente de quem.

Ano eleitoral é propício a vazamentos. E, por meio de um deles, investigado pela imprensa, sabe-se que verbas do Ministério da Educação eram geridas por pastores evangélicos.

O escândalo envolve o presidente Jair Bolsonaro; o ministro da Educação, Milton Ribeiro; dois pastores evangélicos; e prefeitos que aceitaram ou se recusaram a pagar propinas.

Bolsonaro está pressionado a demitir o ministro, alçado ao cargo com o apoio da sua mulher, Michelle, evangélica, e de dois dos seus filhos interessados em negócios nada religiosos.

Mas como demiti-lo se o que Ribeiro fez, e contou em depoimento gravado diante de uma plateia de pastores, foi por encomenda exclusiva do próprio presidente da República?

Montou-se no ministério um balcão político para liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), cujo orçamento para este ano é de pouco mais de R$ 45 bilhões.

O balcão era operado pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Eles indicavam que prefeituras do Centrão deveriam ser beneficiadas, e naturalmente cobravam sua parte na transação.

A parte de Moura poderia ser paga em dinheiro vivo e em quilos de ouro; a de Santos ignora-se como. Dados oficiais do ministério registram uma explosão na aprovação de obras.

Entre 2017 e 2019, a média de valores aprovados por ano foi de R$ 82 milhões. Em 2020, saltou para R$ 229,4 milhões e, no ano passado, para R$ 441 milhões.

Segundo levantamento feito pelo sistema que monitora o FNDE, o Brasil tem hoje mais de 3,5 mil obras escolares atrasadas.

Juntas, elas consumiram R$ 1,3 bilhão para a construção, ampliação e reforma de escolas, creches e quadras esportivas. Das 3,5 mil obras em atraso, 155 já foram canceladas.

Significa que R$ 21 milhões foram desperdiçados. Há 1.831 obras inacabadas, 348 paralisadas e 564 que seguem em execução. “Brasil, pátria amada”, slogan do governo, não passa de piada.

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