Ponha-se na conta de Lula: Haddad era feliz e não sabia
Palavra é prata, silêncio é ouro
atualizado
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Lula apunhalou pelas costas o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, ao dizer que a meta de déficit fiscal zero dificilmente será alcançada este ano. A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, saiu em defesa de Lula. Alega que ele quis defender Haddad e chamar para si a responsabilidade pela frustração da meta.
Haddad agradece a defesa, mas não precisava dela. Ele, os políticos atentos à economia e o chamado mercado financeiro estavam cansados de saber que a meta não será alcançada este ano. Mas uma coisa é todos saberem, outra é o presidente da República dizer com todas as letras. Prejudica os negócios.
Qual ministro da Economia, aqui ou alhures, é capaz de admitir, por exemplo, que a inflação será maior do que parece? Se admitir, ela será muito maior. Por que Lula saiu às pressas do hospital onde se internou para uma cirurgia nos quadris? Ele confessa que foi para não dar a impressão de que sua saúde estava muito mal
O próprio Lula, em mais um ataque de sinceridade, contou que teve de suportar dores lancinantes nos quadris durante a campanha do ano passado para que não o chamassem de velho. Poderia perder votos com isso. E os votos para derrotar Bolsonaro eram escassos àquela altura. Lula elegeu-se por pouco.
No seu governo, Fernando Henrique Cardoso blindou Pedro Malan, ministro da Fazenda, contra as investidas dos que o criticavam ou queriam vê-lo pelas costas. Contou com a ajuda do deputado Luiz Eduardo Magalhães (PFL-BA), presidente da Câmara. Em grande parte, o Plano Real deu certo por causa disso.
Haddad era feliz e não sabia.