metropoles.com

Poder não se entrega, se toma. Maduro consolida o seu na Venezuela

Exílio na Espanha, o destino do candidato que derrotou o chavismo, mas não levou

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Jesus Vargas/Getty Images
Imagem colorida mostra mulher segurando bandeira da Venezuela - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra mulher segurando bandeira da Venezuela - Metrópoles - Foto: Jesus Vargas/Getty Images

Convocado três vezes para depor pela justiça venezuelana controlada pelo ditador Nicolás Maduro, acusado de conspirar contra o governo e ameaçado de ser preso a qualquer momento, o ex-embaixador Edmundo González aceitou o asilo político oferecido pela Espanha e rumava, ontem à noite, para Madrid.

Desde a eleição presidencial de 28 de julho último, Gonzalez vivia escondido em Caracas, trocando de endereço regularmente. Seu crime: derrotou Maduro por larga margem de votos, segundo atas eleitorais em mãos da oposição. Até hoje, Maduro não apresentou as atas que diz ter e que provariam sua vitória.

Por que não o fez e nem o fará? Porque Maduro mente. E ao invés de reconhecer que perdeu como prometeu que faria se fosse o caso, decidiu permanecer no poder por mais 6 anos. É um golpe dentro do golpe que ele aplicou faz tempo com o apoio das Forças Armadas, de milícias, do Congresso fantoche e da mídia oficial.

Mais de 1.200 pessoas foram presas na Venezuela por se opor a Maduro. Parte da mídia segue sendo censurada. E a pressão da comunidade internacional para que haja novas eleições não deu em nada. O Brasil havia assumido a tutela da embaixada da Argentina em Caracas a pedido do governo argentino.

Ali se refugiaram nomes da oposição. A embaixada foi cercada por tropas de Maduro e a tutela revogada por ordem dele. O governo brasileiro decidiu confrontar Maduro: diz que só aceitará o fim da tutela da embaixada quando outro tutor for indicado pelo governo argentino. A luz foi cortada na embaixada e a energia talvez seja.

“O poder não se entrega, se toma”. A frase é atribuída ao general Golbery do Couto e Silva, um dos grandes teóricos do movimento que descambou na ditadura de 64, e ex-chefe da Casa Civil dos generais-presidentes Ernesto Geisel e João Baptista Figueiredo.  O poder se toma numa democracia por meio de eleições.

Foi assim que Joe Biden o tomou de Donald Trump em 2020, e Lula de Bolsonaro em 2022. Trump tentou dar um golpe para não entregar o poder, mas fracassou. Bolsonaro, idem. Trump é candidato à presidência do seu país e poderá retomar o poder. Bolsonaro está inelegível até 2030 e implora anistia.

Se o golpe bolsonarista para impedir a posse de Lula tivesse sido bem-sucedido, como o Brasil estaria? Na mesma situação da Venezuela: sob a ineficaz pressão internacional para que promovesse novas eleições, com Lula ameaçado de prisão ou rumo ao exílio, e com o ministro Alexandre de Moraes preso ou morto.

Diz Francisco que o Papa é argentino, mas que Deus é brasileiro. Tomara que sim.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?