Partidos enterram de vez o retorno do voto em cédula
Mais uma promessa de campanha de Bolsonaro que não será cumprida
atualizado
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Os partidos, por meio dos seus representantes, sabem onde lhes apertam os calos. Cada um tem mais filiados enrolados com a justiça. Todos dependem da boa vontade dos juízes que têm a força para selar o seu destino. A Justiça Eleitoral, mas não só, é contra a volta do voto impresso. Então por que contrariá-la?
É menos arriscado contrariar Jair Bolsonaro que defende a volta do voto em cédula. Tanto mais porque ele, hoje, é um presidente enfraquecido – perde para Lula nas pesquisas de intenção de voto, e acaba de ser atingido pela denúncia de que acobertou a compra superfaturada da vacina indiana Coaxin.
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, antecipou a Bolsonaro as dificuldades para aprovação no Congresso de emenda à Constituição que troca o voto eletrônico pelo impresso. Na Câmara, com um esforço hercúleo, ela até poderia passar, mas custaria caro. No Senado, dificilmente passaria.
Foi o que se confirmou ontem. Onze presidentes de partidos, mais da metade deles que apoia o governo, reuniram-se em videoconferência e disseram ser a favor da manutenção do voto eletrônico. Os onze partidos: PSDB, MDB, PP, DEM, Solidariedade, PL, PSL, Cidadania, Republicanos, PSD e Avante.
O mais longo dos dias para Bolsonaro, que começou na última quarta-feira 23 por obra e graça dos irmãos Miranda, está muito longe de terminar.