Para variar, Bolsonaro faz mais uma maldade com Mourão, seu vice
Desconfortável com a fantasia de Jairzinho paz e amor, o presidente volta a agir como sempre foi
atualizado
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Nem mesmo em sua encarnação recente de Jairzinho paz e amor, o presidente Jair Bolsonaro chegaria ao ponto de abrir espaço para deixar feliz o vice-presidente Hamilton Mourão.
Mourão pediu-lhe para chefiar a delegação brasileira à Cúpula do Clima das Nações Unidas, em Glasgow, na Escócia. O encontro ocorrerá nas duas primeiras semanas de novembro.
Bolsonaro respondeu que não, e escalou para a chefia o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, versão menos controversa de Ricardo Salles, aquele que queria passar a boiada, lembra?
Salles só perdeu o emprego porque o governo americano acusou-o de se envolver com contrabando de madeiras nobres da Amazônia. Agora, quer ser deputado estadual por São Paulo.
Mourão preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, responsável por monitorar dados sobre o bioma e coordenar as ações de combate a incêndios, mineração e desmatamento ilegais.
É ele que também gerencia atividades de órgãos civis ligados ao meio ambiente. De resto, conhece a Amazônia como poucos militares. A Amazônia estará no centro dos debates em Glasgow.
Em junho, o vice-presidente disse ao jornal O Estado de S.Paulo:
“Na nossa delegação, temos a turma das Relações Exteriores e a turma técnica do Meio Ambiente. Teria de ter uma terceira pessoa que coordenasse isso e fosse o árbitro de nossos interlocutores. Procurei me apresentar para isso.”
Apresentou-se, mas não achou o que procurava. Então, ficará de fora da delegação que deverá contar de 80 ou 100 representantes de diversos níveis de governo e de outros poderes.
Vice-presidente da República não é demissível, como ministro. Se fosse, Bolsonaro já teria se livrado de Mourão há muito tempo. Uma das razões de tê-lo escolhido é porque Mourão é general.
Qual Congresso derrubaria um ex-capitão para pôr um general na Presidência da República?