Pai, perdoa-lhes, porque os senadores gaúchos não sabem o que fazem
Em 2026, Camarelo para o lugar de um deles
atualizado
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Quanta implicância, a nossa, de jornalistas, com o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Vai ver que é porque ele sempre foi um militar da linha dura, com pouco ou nenhum apreço pela democracia. E ainda por cima foi vice de Bolsonaro. Um vice desprezado. Carlos, o Zero Três, convenceu o pai que Mourão queria derrubá-lo.
Há poucos dias, Mourão foi duramente criticado nas redes sociais, e também na imprensa tradicional, por não pôr os pés no Rio Grande do Sul desde o início das inundações. Foi Mourão quem deu motivo ao dizer espontaneamente o que disse em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha. Vejam só o que ele disse:
“O que um senador da República pode fazer? Encaminhar recursos, que é o que estou fazendo. Vamos lembrar sempre que eu sou um homem de 70 anos de idade. Quantos homens de 70 anos de idade estão no meio da água? Tem alguém da minha idade salvando gente? Mas eu não vejo isso como minha função. Eu vejo isso como um desvio de função.”
Lembrou quem? Bolsonaro, durante a pandemia, ao dizer “Eu não sou coveiro”. Bolsonaro foi mais longe, não esqueçam. Em um vídeo famoso, imitou um paciente morrendo por falta de oxigênio. Isso aconteceu com pelo menos 30 pessoas em Manaus. Bolsonaro fingiu que nada tinha a ver com isso. Jogou a culpa para os escalões inferiores.
Em entrevista ao mesmo programa da Rádio Gaúcha, o senador Paulo Paim (PT-RS) chegou a afirmar que, por ter uma casa em uma área que não alagou em Canoas, a presença no Rio Grande do Sul seria até mais confortável do que o trabalho em Brasília. Também disse que ficou em Brasília para trabalhar por seu Estado.
O senador Ireneu Orth, suplente de Luis Carlos Heinze (PP-RS), que está afastado por questões médicas, ignorou as críticas que recebeu. Limitou-se a informar nas redes sociais que esteve na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, para realizar diligências sobre as ações que estão sendo desenvolvidas por lá. Quantas vezes?
Em época de eleições, chova ou faça sol, os políticos vão ao “cafundó-do-judas” à caça de votos. Prometem mundos e fundos. Alguns arriscam a própria vida para se eleger. E alguns se ferem ou morrem em acidentes. Uma vez eleitos… Vocês sabem como é. Solidariedade, só à distância segura, ou depois que o evento extremo passa.
Bolsonaro, uma vez, preferiu passear de jet ski em uma praia de Santa Catarina acompanhado da filha a interromper suas férias e ir sobrevoar municípios baianos alagados por chuvas fortes. A desumanidade de Bolsonaro o derrotou.
Lula já visitou três vezes o Rio Grande do Sul neste mês. E, em breve, irá de novo.