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Os únicos candidatos a governos sem lado na eleição presidencial

Um é branco. O outro se diz pardo, em excesso

atualizado

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Igo Estrela / Metrópoles
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1 de 1 eduardo leite 1 - Foto: Igo Estrela / Metrópoles

O que Eduardo Leite (PSDB) e ACM Neto (UNIÃO BRASIL) têm em comum, além do primeiro disputar o governo do Rio Grande do Sul e o segundo o governo da Bahia? Não é a cor – um é branco, o outro fez questão de declarar-se pardo, excessivamente pardo.

No momento em que todo mundo apoia um dos lados da eleição presidencial em segundo turno, os dois decidiram permanecer neutros. Logo mais, a partir das 9h30m, é o que Leite anunciará no seu caso. ACM está sob pressão para aderir a Bolsonaro.

Dificilmente o fará. ACM liderou com folga as pesquisas de intenção de voto até quase o fim do primeiro turno. Aí foi atropelado pelo tufão de nome Jerônimo, candidato do PT, muito mais pardo do que ele. E terá sérias dificuldades em se eleger.

A Bahia é o quarto maior colégio eleitoral do país, atrás de São Paulo, Rio e Minas. Ali, o PT governa há 16 anos. No último domingo, os baianos deram a Lula 69,73% dos votos válidos, a Bolsonaro 24,31%, a Ciro Gomes 2,58%, e a Simone Tebet, 2,34%.

Faltou um tiquinho para que Jerônimo se elegesse: ele ficou com mais de 49% dos votos válidos, mas precisava de 50% mais um. ACM passou um pouco dos 40%. João Roma, bolsonarista, alcançou os 10%. ACM foi votado por petistas e bolsonaristas.

Se ele, agora, disser que apoiará um dos candidatos a presidente perderá os votos do outro. É a mesma situação de Leite. Por pouco, muito pouco mesmo, coisa de 2 mil votos, Leite não ficou de fora do segundo turno, cedendo a vez ao candidato do PT.

Para derrotar Onyx Lorenzoni, candidato de Bolsonaro ao governo, Leite carece de todos os votos do PT e de muitos mais. Mas se fizer acordo para apoiar Lula, perderia o voto de bolsonaristas que atraiu no primeiro turno. “O tempora, o mores!”.

Então, Leite resolveu apostar que os petistas acabarão votando nele de todo jeito para evitar a eleição de Onyx. É o que defende, por exemplo, o ex-ministro da Justiça do governo Lula, Tarso Genro. Mas não é necessariamente o que acontecerá.

Leite, que em 2018 votou em Bolsonaro, fez muitas besteiras. No ano passado, disputou as eleições primárias do PSDB para presidente e foi derrotado. Em março último, renunciou ao governo do seu estado para tentar concorrer à presidência.

Quebrou a cara. E é provável que quebre outra vez ao tentar suceder a ele mesmo, retomando o cargo que já foi seu.

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