Os sinos dobram pelo general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro
Mais do que um vice decorativo, ele tornou-se um estorvo para o presidente da República, que o marginalizou por completo
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro não quer mais nem ouvir falar que seu vice, Hamilton Mourão, segue se queixando do afastamento entre os dois. Colegas de farda de Mourão, não na frente dele, naturalmente, começam a chamá-lo de “general de uma nota só”.
Há meses, rara é a semana em que Mourão não reclama de sua condição de vice-presidente decorativo. Michel Temer, à época do governo Dilma, disse que não queria ser um vice-presidente decorativo. E acabou não sendo, como se viu.
“É muito chato o presidente fazer uma reunião com os ministros e deixar seu vice de fora”, lamentou-se o general outra vez em entrevista. “Eventualmente, tenho que substituir o presidente e, se não sei o que está acontecendo, como vou substituir?”
E quem disse que Bolsonaro quer que ele o substitua mesmo que eventualmente? Nem operado quis. Diminuiu o número de viagens ao exterior para que Mourão não assuma a Presidência. A simples presença por perto do general o deixa de mau humor.
À falta do que fazer, Mourão ofereceu-se para chefiar a delegação brasileira nas cúpulas do Clima e da Biodiversidade da ONU. Sabe qual foi a resposta de Bolsonaro? Não houve resposta.