Os recados do novo presidente do STF a quem possa interessar
Para bons entendedores
atualizado
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Sem elevar o tom da voz para sublinhar qualquer passagem do seu discurso, o ministro Luís Roberto Barroso, ao tomar posse como novo presidente do Supremo Tribunal Federal, mandou recados diretos a quem possa interessar.
Para Lula, sentado ao seu lado, foram dois. Ao fazer de Cristiano Zanin, seu advogado no caso da Lava-Jato, ministro na vaga aberta com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski, Lula disse que queria no Supremo uma pessoa para quem pudesse ligar.
Primeiro recado de Barroso:
“Minha gratidão vai também para a presidenta Dilma Rousseff, que me indicou para o cargo da forma mais republicana que um presidente pode agir: não pediu, não insinuou, não cobrou.”
Segundo recado: em sua gestão à frente do Supremo e do Conselho Nacional de Justiça focará “em aumentar a participação de mulheres nos tribunais, com critérios de promoção que levem em conta a paridade de gênero” e a diversidade racial.
Há duas semanas, ao receber Lula em sua casa para um jantar reservado, Barroso sugeriu a ele que nomeasse uma mulher negra para a vaga da ministra Rosa Weber. Não é o que Lula pensa fazer, mas ainda pode mudar de ideia.
O terceiro recado de Barroso foi para os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Tinha a ver com o julgamento de ações sobre costumes e moral. Barroso afirmou:
“Nessa matéria, temos procurado empurrar a história na direção certa”.
Nessa matéria, um Congresso conservador como o eleito no ano passado tem procurado empurrar a história para outro lado.