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Os horrores de uma guerra que Israel tenta esconder do mundo

As principais vítimas são crianças e mulheres

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Hani Alshaer/Anadolu via Getty Images
Visão da destruição como resultado do ataque do exército israelense à cidade de Khan Younis, no sul de Gaza
1 de 1 Visão da destruição como resultado do ataque do exército israelense à cidade de Khan Younis, no sul de Gaza - Foto: Hani Alshaer/Anadolu via Getty Images

Ou as Forças de Defesa de Israel têm má pontaria ou para elas pouco importa matar deliberadamente civis inocentes, de preferência mulheres e crianças, desde que aqui e acolá matem vez por outra combatentes armados ou desarmados do grupo Hamas.

Se você dispara um míssil contra um prédio ou um conjunto deles, seja durante o dia, mas principalmente à noite, é impossível desconhecer que o míssil não distinguirá entre homens armados ou desarmados, mulheres e crianças que ali habitam.

Você poderá chamar de “danos colaterais” a morte de inocentes. Eu chamo de assassinato em massa, genocídio, holocausto como o que dizimou milhões de judeus, ciganos e outras minorias na Alemanha de Hitler à época da Segunda Guerra Mundial.

Durante séculos, a palavra “holocausto” foi usada para designar grandes massacres. Desde os anos 1960, porém, o termo passou a ser usado por estudiosos e escritores para se referir especificamente ao genocídio nazista contra o povo judeu.

Quase 70% dos mortos na Faixa de Gaza nos primeiros seis meses da guerra eram mulheres e crianças, de acordo com o mais recente relatório da ONU. Em números: das 8.119 mortes investigadas, 3.588 foram de crianças e 2.036 de mulheres.

A vítima mais jovem era um menino de um dia de vida, e a mais velha uma mulher de 97 anos. O conflito se arrasta há 13 meses. Segundo as autoridades de saúde palestinas, nesse período o número total de mortos já ultrapassou a casa dos 43 mil.

O relatório diz que os números indicam “uma violação sistemática dos princípios fundamentais do direito internacional humanitário”. A esmagadora maioria das mortes ocorreu em prédios residenciais ou habitações similares.

Crianças de cinco a nove anos representam a maior faixa etária atingida, seguidas por aquelas de 10 a 14 anos e, por fim, as de até quatro anos. Em 88% dos casos verificados, cinco ou mais pessoas foram mortas no mesmo ataque por armas de uso israelense.

Os funcionários da ONU encontraram 484 famílias que perderam entre cinco e mais de 30 membros. A família Al Najjar perdeu 138 dos seus membros, entre os quais 35 mulheres e 62 crianças; a família Al Astal perdeu 94, sendo 33 mulheres e 45 crianças.

O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Türk, comenta: “Esse nível sem precedentes de mortes e ferimentos de civis é uma consequência direta da falha em cumprir os princípios fundamentais do direito humanitário internacional”.

Quase 2 milhões de pessoas, 80% dos que ainda vivem na Faixa de  Gaza, passaram por deslocamentos ordenados por  Israel. Os palestinos estão limitados a 20% da área que antes ocupavam.  É dramática a escassez de água, luz, comida e remédios.

É uma guerra cujos horrores Israel tenta esconder do mundo, uma vez que a imprensa é proibida de acompanhá-la no local. Pelo menos 129 jornalistas e profissionais da mídia palestinos foram mortos, informa o Committee to Protect Journalists (CPJ).

Este foi o ano mais mortal para jornalistas desde que o CPJ começou a registrar os números em 1992. Nas primeiras 10 semanas da guerra, mais jornalistas foram mortos na Faixa de Gaza do que em qualquer país ao longo de um ano inteiro.

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