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Os Bolsonaro acenam para Pablo Marçal com apoio no segundo turno

O prefeito Ricardo Nunes está sendo abandonado à luz do dia

atualizado

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Divulgação/Facebook
Ricardo Nunes, Jair Bolsonaro e Pablo Marçal-- Metrópoles
1 de 1 Ricardo Nunes, Jair Bolsonaro e Pablo Marçal-- Metrópoles - Foto: Divulgação/Facebook

Fora o próprio Pablo Marçal (PRTB), ninguém fez mais pela candidatura dele a prefeito de São Paulo nas últimas 24 horas do que o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o filho Zero Três de Jair Messias, e o único autorizado a falar em nome do pai.

Para irritação de Michelle, a ex-primeira-dama que o detesta e lhe negou abrigo no Palácio da Alvorada, Carlos é dono das senhas de Jair nas plataformas digitais. Na maioria das vezes, consulta o pai antes de usá-las. Vez por outra, não, e aí mete os pés pelas mãos.

Carlos fez ontem dois movimentos que beneficiaram Marçal. Não os faria sem o ok do pai. No primeiro, afagou o candidato que na semana passada o chamou de “retardado mental”. No segundo, enquadrou o governador Tarcísio de Freitas (REPUBLICANOS).

O afago foi uma mensagem postada por Carlos na sua conta do X, ex-Twitter:

“Conversei há pouco com Pablo Marçal [que] foi muito educado e bacana comigo. Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil. Falamos sobre o 7 de setembro, censura e tudo que o país vem atravessando já há muito tempo.

[…] Tenho certeza de que com o coração mais leve, São Paulo, Rio de Janeiro e o Brasil têm a oportunidade de cumprir as demandas que o povo realmente anseia. Deixo aqui meu fraterno abraço a Pablo e que saíamos todos mais fortes para um Brasil que os brasileiros desejam.”

A enquadrada de Carlos em Tarcísio ocorreu porque o governador de São Paulo caiu na besteira de dizer à Jovem Pan que “o voto nulo é um bom caminho” se o segundo turno para prefeito da capital for disputado por Marçal e Guilherme Boulos (PSOL).

Perdoe-se Tarcísio pela derrapada. Ninguém diz que seu candidato (o dele é Ricardo Nunes, do MDB, o atual prefeito) poderá ser derrotado. Tarcísio é um ex-engenheiro militar. Nunca foi político. Tem muito a aprender. E deve o cargo aos Bolsonaro.

Carlos não o perdoou – em nome do pai e dos irmãos ou apenas em seu próprio nome. E escreveu no X:

“Não existe voto nulo contra a esquerda. Fizeram isso no passado com o presidente Bolsonaro e isso ajudou a levar o PT ao poder. Hoje, passados menos de 2 anos, o país está sendo devastado pela facção. Que Deus abençoe o Brasil”.

De imediato, Tarcísio recuou e disse:

“Não me expressei bem na entrevista e estou sendo criticado com razão. Não haverá voto nulo contra a esquerda aqui. […] O Carlos está certo. O que expressei foi uma insegurança com o que tenho visto de propostas [do Marçal]. Queremos o melhor para a cidade”.

Bolsonaro reforçou o afago de Carlos em Marçal. Anunciou que serão admitidos no seu palanque do dia 7 de setembro, em São Paulo, todos os candidatos a prefeito que queiram comparecer. O ato público será para espinafrar o ministro Alexandre de Moraes.

Nunes confirmou presença mesmo sabendo que não poderá discursar. Se antes ele pretendia manter distância segura de Bolsonaro, agora tudo o que quer é a companhia ostensiva dele. O voto bolsonarista segue migrando a galope na direção de Marçal.

O clã Bolsonaro não teve fôlego eleitoral para disputar a prefeitura de São Paulo com um candidato seu de raiz e de carteirinha. Então, enfiou um coronel na vaga de vice de Nunes. Se o prefeito não for para o segundo turno, o clã apoiará Marçal contra Boulos.

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