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Os bolsonaristas em São Paulo correm para o colo de Pablo Marçal

Ricardo Nunes sangra e tenta sobreviver

atualizado

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Debate entre candidatos à Prefeitura de SP da TV Record - Metrópoles
1 de 1 Debate entre candidatos à Prefeitura de SP da TV Record - Metrópoles - Foto: Divulgação/Record TV

Se feita uma pesquisa para saber quem venceu o debate da TV Globo entre os candidatos a prefeito de São Paulo, o mais provável seria que o resultado apontasse Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes nos primeiros lugares, vindo a seguir Tabata Amaral (PSB).

Natural que fosse assim. Na reta final de uma campanha, a maioria dos eleitores já sabe em quem pretendem votar e torcem pelo êxito do seu candidato. Não lhes cobre, pois, neutralidade. A torcida contamina sua opinião. Daí porque um debate, a três dias da abertura das urnas, pouco influencia no placar final.

A não ser que um ou mais dos candidatos tenham atravessado a rua para pisar numa casca de banana, acidentando-se feio. Isso não ocorreu. Se Nunes pareceu um tanto apagado, não foi porque alguém o apagou – apagado ele é, o mais apagado de todos. Destacaram-se Boulos, Tabata e Marçal, como das outras vezes.

Luiz Datena (PSDB) só se destacou em duas ocasiões passadas: ao ameaçar bater em Marçal e ao bater com uma cadeira. A cadeirada provocou ferimentos leves em Marçal. Mas isso bastou para ele se internar em um hospital  e depois sair de lá com uma mão engessada. Ela ficará engessada até o fim da eleição.

Política é teatro, e os políticos costumam ser bons atores. Mas como não há lugar para todos na boca do palco, uns ganham, outros perdem, de acordo com o humor mutante da plateia. Amanhã, mais duas pesquisas de intenção de voto (Datafolha e Quaest) darão novas pistas sobre a eleição na capital paulista.

A pesquisa Datafolha divulgada ontem não trouxe boas notícias para Nunes. Ele, Boulos e Marçal empatam dentro da margem de erro – Boulos com 26%, Nunes com 24% e Marçal também com 24%. Nunes oscilou três pontos para baixo, Boulos, cresceu um ponto e Marçal, três. Tabata subiu dois pontos ( de 9% para 11%).

Na pesquisa espontânea, onde se pergunta ao eleitor em quem ele votará sem apresentar a lista dos candidatos, Boulos subiu de 21% para 24%, Marçal de 16% para 20% e Nunes continuou com 16%. Há uma semana, 23% do total dos eleitores consideravam ruim e péssima a atual administração de Nunes. Agora, são 27%.

Entre os eleitores de Boulos, 74% dizem saber qual é o número do candidato a ser digitado nas urnas; 67% dos eleitores de Marçal dizem saber; e 63% dos eleitores de Nunes, idem. Portanto, o voto em Boulos e em Marçal parece mais consolidado. O número de eleitores indecisos despencou de 28% para 18%.

A rejeição a Marçal aumentou de 48% para 53%. Significa que se ele disputar o segundo turno, terá dificuldades para se eleger. Contra Marçal, 41% dos eleitores de Nunes votariam em Boulos, e 63% dos eleitores de Boulos votariam em Nunes. Entre os que votaram em Bolsonaro, 51% votam em Marçal e 32% em Nunes.

O céu de Nunes, portanto, segue escuro e povoado de nuvens pesadas.

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