Oriente Médio vira um barril de pólvora e está prestes a explodir
Israel prepara as ‘próximas etapas do combate’. Os Estados Unidos atacam armazéns de armas na Síria e no Iraque. O Irã ameaça
atualizado
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Pioram as tensões no Oriente Médio. Os Estados Unidos lançaram na quinta-feira (26/10) ataques aéreos contra instalações utilizadas por grupos pró-Irã no leste da Síria, anunciou o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin.
A medida foi tomada, segundo ele, em resposta a 20 ataques que tais grupos desferiram com drones e foguetes contra bases militares norte-americanas na Síria e no Iraque desde 7/10.
“O presidente Joe Biden ordenou a ação para deixar claro que os Estados Unidos não tolerarão esse tipo de ataques e que se defenderão, ao seu pessoal e aos seus interesses”, afirmou Austin.
Funcionários do Pentágono especificaram que as instalações atacadas em revide eram armazéns de armas e munições perto da cidade síria de Abu Kamal, na fronteira com o Iraque. Os ataques com projéteis de precisão lançados por caças F-16 ocorreram por volta das 4h30 desta sexta-feira, horário da Síria.
Com isso, os Estados Unidos esperam ter enviado uma mensagem forte ao Irã para que suspenda atividades antiamericanas dos grupos que patrocina. Disse Austin:
“Os Estados Unidos não procuram conflito e não têm intenção ou desejo de se envolver em novas hostilidades, mas os ataques apoiados pelo Irã são inaceitáveis e devem acabar”.
Os ataques provocaram a morte de um empreiteiro norte-americano no Iraque, em consequência de um ataque cardíaco, e deixaram 19 soldados com lesões cerebrais traumáticas.
Um navio de guerra americano interceptou um lançamento de foguete e drone no Mar Vermelho , disparados por milícias Houthi no Iêmen, aliadas do Irã.
Em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amirabdollahian, alertou que, se a ofensiva israelita na Faixa de Gaza não for travada, os Estados Unidos “não estarão livres de incêndio”.
Washington mantém um contingente de 900 soldados na Síria e 2.500 no Iraque, a pretexto de evitar um possível ressurgimento do Exército Islâmico.
O debate na ONU foi perturbador para os Estados Unidos, já que diplomatas de todo o mundo desafiaram o que frequentemente descrevem como o apoio incondicional de Washington a Israel desde o ataque do Hamas que matou 1.400 pessoas.
O tom do debate na ONU foi dado pelo seu título – Ações ilegais israelenses em Jerusalém Oriental ocupada e no resto do Território Palestino Ocupado. Se uma votação ocorrer hoje, a grande maioria das nações presentes na assembleia provavelmente condenará Israel.
O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, revelou que cerca de 80 famílias palestinas perderam 10 ou mais parentes e, às vezes, até 45 membros das mesmas famílias foram mortos. Mansour perguntou sem obter respostas:
“Como podem os representantes dos Estados explicar o quão horrível é o facto de mil israelitas terem sido mortos e não sentirem a mesma indignação quando mil palestinianos são agora mortos todos os dias” ?
Todos os 27 líderes da União Europeia, reunidos em Bruxelas, defenderam pausas na guerra e a abertura de “corredores humanitários” para a entrega contínua de alimentos, água e remédios aos palestinos de Gaza sob bombardeio diário de Israel.