Orçamento secreto privilegia Fada do Piauí e Imperador do Japão
Os que venderam mais caro o seu apoio ao governo federal
atualizado
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Obrigados por uma decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, e depois de muito relutar, 342 dos 503 deputados federais e 64 dos 81 senadores se dispuseram a começar a abrir a caixa-preta do Orçamento Secreto da União.
Como jabuticaba, orçamento secreto era mais uma coisa nossa: dinheiro reservado para obras em redutos eleitorais dos que votassem no Congresso como o governo mandava, barrassem pedidos de impeachment de Bolsonaro e apoiassem sua reeleição.
As duas primeiras condições foram cumpridas pelos contemplados; quanto à última, o apoio à reeleição, a conferir em outubro. Quem mais se beneficiou do orçamento secreto foi a senadora Eliane Nogueira (PP-PI): 399,2 milhões. Quem ela é?
Suplente de senador, Eliane tomou posse quando seu filho Ciro Nogueira, presidente do PP, licenciou-se do mandato para chefiar a Casa Civil do governo onde se apresentou como “o amortecedor de tensões” entre os Poderes. As tensões só têm aumentado.
Eliane é a Fada do Piauí. O Imperador do Japão, assim chamado por Lula, é o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara. Ele levou 357,4 milhões do orçamento secreto. Fernando Coelho (MDB-PE), ex-líder do governo no Senado, levou 256,6 milhões.
O senador Eduardo Gomes (PL-TO), líder do governo no Congresso, deu-se bem: levou 243,3 milhões. Cadê Pacheco? Olhe aqui: Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, levou 180,3 milhões e desistiu de candidatar-se à vaga de Bolsonaro.
Não se sabe quanto levou o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Ele não informou. Melhor deixá-lo em paz – recupera-se de uma cirurgia no estômago. O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), levou a mixaria de 17,5 milhões.