O sigiloso caso da matrícula da filha de Bolsonaro em colégio militar
Por decisão do Exército, documentos a respeito só poderão se tornar públicos ao fim do governo
atualizado
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Que risco à segurança do presidente Jair Bolsonaro poderia haver se fossem tornados públicos os documentos que embasaram a autorização para a matrícula excepcional da sua filha, Laura, de 11 anos, no Colégio Militar de Brasília?
Mas o Exército decidiu mantê-los em segredo pelo menos até o último dia do governo Bolsonaro, 31 de dezembro do próximo ano. Ou, caso ele se reeleja, pelos quatro anos seguintes. Laura ganhou uma vaga no colégio sem submeter-se ao processo seletivo usual.
Não foi a única. O colégio está repleto de casos de filhos de oficiais superiores que desfrutaram do mesmo privilégio. Nada há de irregular nisso. Mas, ao jornal Folha de S. Paulo, o Exército negou os documentos pedidos por meio da Lei de Acesso à Informação.
Em maio último, o general da ativa Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, infringiu o Regimento Disciplinar do Exército ao participar de um comício no Rio ao lado de Bolsonaro. O comandante do Exército decidiu não puni-lo. Mas não só.
Impôs sigilo de até 100 anos nos documentos que fazem parte do processo administrativo disciplinar que acabou dando em nada.