O que importa é que Michelle está protegida, e o marido isolado
Um médico americano gentil convenceu-a a se vacinar. Menos mal. (Este texto contém ironias)
atualizado
Compartilhar notícia
É razoável supor que, sob a pressão do marido, Michelle Bolsonaro, que sempre usou máscara e respeitou o distanciamento social, não tenha tido a coragem de se vacinar.
Teve em Nova Iorque, mesmo contra a vontade do marido dominador. Merece, portanto, mais compreensão e piedade do que crítica, não lhe parece? Ou estou sendo ingênuo?
Foi Bolsonaro, na sua mais recente encarnação como Jairzinho paz e amor, quem revelou que sua mulher fora vacinada. E acrescentou que até em sua casa ele já não manda mais. Logo, foi contra.
Um médico americano “gentil” se ofereceu para vaciná-la, e ela concordou. Ou em território internacional ela sentiu-se mais à vontade para contrariar o marido, ou a razão foi outra.
Sem ter-se vacinado, Michelle não poderia ter ido às compras. E quem viaja à Nova Iorque dificilmente resiste a ir às compras, não é mesmo? Veja o caso do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Como conselheiro do pai para assuntos internacionais só porque fala inglês e já fritou hambúrguer nos Estados Unidos, Eduardo é reconhecido devoto do tratamento precoce e inimigo de máscaras.
Em 25 de agosto último, vacinou-se sem máscara. Cinco meses antes mandara as pessoas “enfiarem a máscara no rabo”. Em Nova Iorque, porém, foi visto e vaiado indo às compras de máscara.
Não importa o motivo, Michelle está vacinada. Temos uma primeira-dama protegida do vírus e um presidente da República em isolamento por não saber se foi infectado pela segunda vez.