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O que fizeram os filhos de Bolsonaro para que fique em segredo

Por 100 anos não se saberá quantas vezes estiveram no Palácio do Planalto os filhos Zero Dois e Zero Três do presidente da República

atualizado

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1 de 1 Bolsonaro-e-os-filhos-facebook - Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro sabe muito bem por que quer esconder pelos próximos 100 anos o número de vezes que seus filhos Zero, Carlos, vereador, e Eduardo, deputado federal, tiveram acesso ao Palácio do Planalto enquanto ele foi presidente da República.

Certamente não será porque foram muitas vezes; nada haveria de mal nisso, mas porque algumas aconteceram em determinadas datas que poderiam deixar o pai em apuros, ou eles mesmos, os filhos. É isso o que investiga a CPI da Covid-19.

Daí a decisão da Secretaria-Geral da presidência, ainda sob o comando do ministro Onyx Lorenzoni, servidor vassalo de Bolsonaro, de negar acesso a tais informações e de decretar o mais alto grau de sigilo em torno delas.

A revista Crusoé requereu o acesso com base na Lei de Acesso à Informação. Lorenzoni respondeu que “as informações solicitadas dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem dos familiares do Presidente da República”, protegidas por lei.

Entre abril de 2020 e junho de 2021, Carlos visitou o Palácio do Planalto pelo menos 32 vezes, segundo a revista. Eduardo, pelo menos três. Carlos faz parte do “gabinete do ódio”, encarregado de disseminar notícias falsas.

Há muitas definições para o que seja notícia. Uma delas ensina que notícia é toda informação que os poderosos não querem ver publicada. Daí a Lei de Acesso à Informação, ora mais uma vez desrespeitada, e não somente pelo governo.

Também por 100 anos, em junho passado, o Exército negou acesso ao processo administrativo sobre a participação do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, em ato político ao lado de Bolsonaro no Rio de Janeiro. O processo já havia sido arquivado.

Em 2010, em um ataque de sinceridade, o ex-primeiro ministro britânico Tony Blair assim se referiu à Lei de Acesso à Informação que ele ajudara a criar no seu país e que se transformara em uma arma dos jornalistas para vasculhar os porões do governo:

“Liberdade de informação. Olho para essas palavras enquanto escrevo e sinto vontade de sacudir a cabeça… Seu idiota. Você foi ingênuo, insensato, tolo e irresponsável”. 

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