O que faz o governo Bolsonaro para resgatar brasileiros na Ucrânia
No mínimo, há mais 480 por lá
atualizado
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Na manhã da última quinta-feira, o governo do presidente Jair Bolsonaro declarou que não havia como realizar uma operação de resgate dos brasileiros que desejassem sair da Ucrânia com medo da guerra. Moram por lá cerca de 500 ou um pouco mais.
Como pegou muito mal para a imagem do governo, tanto mais depois da viagem de Bolsonaro a Moscou para prestar solidariedade à Rússia, na sexta-feira o Ministério das Relações Exteriores mudou de postura e decidiu ajudar quem quisesse fugir.
O que fez: reservou 20 assentos em um trem que partiria de Kiev com destino à cidade de Chernivtsi na fronteira com a Romênia. Cada brasileiro deveria avaliar as condições de segurança para chegar até a estação central de Kiev. Os bilhetes estavam pagos.
O número da plataforma de embarque só foi anunciado 10 minutos antes da partida. Nenhum diplomata acompanhou os passageiros na viagem de 11 horas. Eles foram avisados que em Chernivtsi haveria problemas de hospedagem e transporte.
E, portanto, quem viajasse mesmo assim o faria por conta e risco próprio. Chernivtsi fica a cerca de 40 quilômetros de Siret, na fronteira com a Romênia. Oito diplomatas recepcionariam os brasileiros que chegassem à Romênia se tudo desse certo.
A situação de brasileiros em perigo na Ucrânia é semelhante à dos que estavam na China no começo da pandemia da Covid-19, em fevereiro de 2020. À época, Bolsonaro chegou a dizer que não tinha como mandar buscá-los. Pressionado, acabou mandando.
Há 6 mil chineses na Ucrânia. O governo chinês planejou fretar aviões e entender-se com o governo local para resgatá-los.