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O que faz Elon Musk quando vira alvo da liberdade de expressão

O caso exemplar da ONG internacional contrária ao discurso do ódio e da desinformação

atualizado

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1 de 1 Imagem colorida: Elon Musk acena - Metrópoles - Foto: Justin Sullivan/Getty Images

Caiu a máscara de Elon Musk, se é que de fato um dia ele a vestiu. Louvado por bolsonaristas como um  defensor da liberdade de expressão, o dono do X, ex-Twitter, que  promete desobedecer às ordens da justiça brasileira, bateu às portas da justiça norte-americana para impedir uma ONG de criticá-lo.

Musk processou em 2023 a respeitada organização Center for Countering Digital Hate (CCDH), com escritórios em Londres e em Washington, por um relatório que aponta a proliferação de discurso de ódio e desinformação em contas com selo azul no X. Foi o caso de 99% dos posts examinados pela ONG.

O X permitiu a circulação de conteúdo racista, misógino, homofóbico, neonazista, antissemita e conspiracionista mesmo depois de advertido. Antes de Musk comprar o Twitter, as contas verificadas eram gratuitas. Depois, quando o X começou a dar prejuízo, passaram a ser pagas.

A CCDH foi acusada por Musk de “afastar anunciantes” do Twitter/X, causando perdas de “dezenas de milhões de dólares”; de ser financiada por governos estrangeiros e empresas de mídia tradicional que enxergam o Twitter/X como concorrente; e de impedir o diálogo público.

Coube a Charles Breyer, juiz federal da Califórnia, decidir quem tinha razão, se Musk ou a ONG defendida pela advogada Roberta Kaplan, a mesma que venceu uma causa de US$ 83,3 milhões contra Donald Trump em nome da colunista E. Jean Caroll, agredida sexualmente  por ele.

Há duas semanas, em seu despacho arquivando o processo, Charles Breyer explicou, segundo o MediaTalks by J&Cia:

“Às vezes não está claro o que está motivando um litígio, e somente lendo as entrelinhas de uma reclamação é que se pode tentar deduzir o verdadeiro propósito do reclamante. Outras vezes uma reclamação é tão descarada e veemente sobre uma coisa que não há como confundir esse propósito. Este processo enquadra-se na última circunstância. Este processo é uma tentativa de punir os réus por seu discurso.”

O juiz observou que em sua defesa, o Twitter/X não disse que as afirmações da CCDH eram difamatórias. E, por fim:

“É impossível ler a reclamação e não concluir que a X Corp está muito mais preocupada com o discurso da CCDH do que com os seus métodos de recolhimento de dados.”

Musk diz que recorrerá da decisão do juiz. Os bolsonaristas procurados por este blog para comentar a notícia não deram retorno. Um grupo deles, no momento, passeia na Europa, ocupado em exaltar Musk como o apóstolo da liberdade de expressão e em destratar a justiça do Brasil.

PS: De pouco menos de um mês para cá, o número de seguidores de blogs críticos a Bolsonaro no X/Twitter só faz diminuir no Brasil. O contrário ocorre com blogs de bolsonaristas assumidos ou enrustidos.

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